Capítulo 2
A concepção
bancária da “educação” como instrumento da opressão. Seus pressupostos, sua
crítica
Relação: educador-educandos na
escola
·
Caráter
especial e marcante – o de serem relações fundamentalmente narradoras,
dissertadoras.
Narração de conteúdo: petrificar-se ou fazer-se
algo quase morto.
Implica:
·
um
sujeito (o narrador);
·
objetos
pacientes, ouvintes – os educandos;
·
Tônica
da educação: narrar, sempre narrar.
Educação Bancária
INQUIETAÇÃO DESTA EDUCAÇÃO
Realidade: como algo parado, estático,
compartimentado e bem-comportado;
·
algo
alheio à experiência existencial dos educandos.
Educador: aparece
como seu indiscutível agente (real sujeito);
Tarefa do Educador
(indeclinável): é “encher” os educandos dos conteúdos de sua narração. (p. 79);
“Conteúdos
que são retalhos da realidade desconectados da totalidade em que se engredam e
em cuja visão ganhariam significação.” (p. 79-80);
PALAVRA: se esvazia da dimensão concreta,
ou seja, se transforma em palavra oca, em verbosidade alienada e alienante.
"Daí
que seja mais som que significação e, assim, melhor seria não dizê-la.
CARACTERÍSTICA DESTA EDUCAÇÃO
DISSERTADORA: "é a "sonoridade" da palavra e não sua força
transformadora. (p. 80)
NARRAÇÃO com EDUCADOR SENDO
SUJEITO:
§ leva os educandos a memorização;
§ se transforma em “vasilhas”;
recipientes enchidos pelo educado;
[...]
“Quanto mais vá “enchendo” os recipientes com seus “depósitos”, tanto melhor
educador será. Quanto mais se deixem docilmente “encher”, tanto melhores
educandos serão. (p. 80)
“Dessa maneira, a educação se
torna um ato de depositar, em que os educandos são os depósitos e o educador, o depositante.
EDUCADOR:
§
em
vez de se comunicar faz comunicados;
EDUCANDOS:
§ recebem pacientemente;
§ memorizam;
§ repetem.
CONCEPÇÃO BANCÁRIA DE EDUCAÇÃO:
Margem de ação: oferta aos educandos
§ receberem os depósitos;
§ guarda-los;
§ arquivá-los.
Educandos: colecionadores ou fichadores das coisas que arquivam.
Educandos: colecionadores ou fichadores das coisas que arquivam.
“Educador
e educando se arquivam na medida em que, nesta distorcida visão da educação,
não há criatividade, não há transformação, não há saber. Só existe saber na
invenção, na reinvenção, na busca inquieta, impaciente, permanente, que os
homens fazem no mundo, com o mundo e com os outros. Busca esperançosa também.”
(p. 81)
Na visão bancaria da educação:
SABER: é
uma doação dos sábios;
“O
educador, que aliena a ignorância, se mantem em proposição fixas, invariáveis.
Será sempre o que sabe, enquanto os educandos serão sempre os que não sabem. A
rigidez desta posições nega a educação e o conhecimento como processo de
busca.”
“O
educador se põe frente ao educandos como sua antinomia necessária. Reconhece na
absolutização da ignorância daqueles a razão de sua existência. Os educandos,
alienados, por sua vez, à maneira de escravo na dialética hegeliana, reconhecem
em sua ignorância a razão da existência do educador, mas não chegam, nem sequer
ao modo do escravo naquela dialética, a descobrir-se educadores do educador.
Na concepção
bancária:
§
educação
como ato de depositar, de transferir, de transmitir valore e conhecimentos;
“[...],
não se verifica e nem pode verificar-se esta superação.” (p.. 82)
Educação Bancária:
§ reflete a sociedade opressora;
§ é dimensão da cultura do
silêncio;
§ mantém e estimula a
contradição.
NELA:
a) o educador é o que educa; os educandos, os que são
educados;
b) o educador é o que sabe; os educandos, os que não
sabem;
c) o educador é o que pensa; os educandos, os
pensados;
d) o educador é o que diz a palavra; os educandos, os
que a escutam docilmente;
e) o educador é o que disciplina; os educandos, os
disciplinados;
f) o educador é o que opta e prescreve sua opção; os
educandos, o que seguem a prescrição;
g) o educador é o que atua; os educandos, os que têm a
ilusão de que atuam, na atuação do educador;
h) o educador escolhe o conteúdo programático; os
educandos, jamais ouvidos nesta escolha, se acomodam a ele;
i) o educador identifica a autoridade do saber com sua
autoridade funcional, que opõe antagonicamente à liberdade dos educandos; estes
devem adaptar-se às determinações daquele;
j) o educador, finalmente, é o sujeito do processo; os
educandos, meros objetos.
Educador:
§ o que sabe;
§ dá, entrega, leva, transmite
o seu saber;
§ um saber que não é
experiência feita
§ mas, experiência narrada ou
transmitida.
Educandos:
§ os que não sabem nada;
§
depósitos
lhes são feitos
|
Nesta visão:
“[...], os homens
sejam vistos como seres da adaptação, do ajustamento.” (p. 83)
|
“Quanto
mais se exercitem os educandos no arquivamento dos depósitos que lhes são
feitos, tanto menos desenvolverão em sai a consciência crítica de que
resultaria a sua inserção no mundo, como transformadores dele. Como sujeitos.”
(p. 83)
Visão
bancária:
§ passividade = faz o homem adaptar-se
ao mundo sem transformá-lo;
§ anula – ou minimiza - o poder
criador do educando;
§ estimula a ingenuidade a não
criticidade;
§ satisfaz o interesse dos
opressores.
“O seu “humanitarista”, e não humanismo,
está em preservar a situação e que são beneficiários e que lhes possibilita a
manutenção de sua falsa generosidade, a que nos referimos no capítulo anterior.
Por isto mesmo e que reagem, até instintivamente, contra a qualquer tentativa
de uma educação estimulante do pensar autentico, que não se deixa emaranhar pelas
visões parciais da realidade, buscando sempre os nexos que prendem um ponto a
outro, ou num problema a outro.” (p. 84)
Concepção
e da prática bancária:
Serve para:
transformar a mentalidade dos oprimidos e não a mentalidade que os oprime. Para
adaptá-lo e melhor os dominar.
Oprimidos
como casos individuais = assistidos = meros marginais.
Marginalizados
= “seres de fora de”: Para Freire estes “[...] jamais estiveram fora de. Sempre estiveram dentro de. Dentro de uma estrutura que
os transforma em “seres para outro”. [...] (p. 84)
O fazer-se “seres
para si” não é objetivo dos opressores. “Daí que a “educação bancária”, que a
eles serve, jamais possa orientar-se n sentido da conscientização dos
educandos.” (p. 85)
Educação de Adultos bancária:
Educação de Adultos bancária:
§
não interessa propor o
desvelamento do mundo;
§
porque o pensar autenticamente
é perigoso.
O que não percebem
os que executam a educação “bancária”:
§
“[...] é que nos próprios “depósitos”
se encontram as contradições, apenas revestidas por uma exterioridade que as
oculta.” (p. 85);
§
Cedo ou tarde os próprios depósitos
podem provocar um confronto com a realidade;
§
Despertando os educandos
passivos contra a domesticação.
A Concepção Problematizadora e
Libertadora da Educação. Seus Pressupostos.
Homens:
§
seres de buscas;
§
vocação ontológica:
humanizar-se;
§
podem – cedo ou tarde –
perceber a contradição da educação bancária.
Educador
Humanista (revolucionário):
§ Não
há de esperar essa possibilidade;
Sua
Ação (do Educador Humanista):
§
orientar-se no sentido da
humanização de ambos;
§
do pensar autêntico (não do
sentido da doação, da entrega do saber);
§
crença no seu poder criador
§
O que exige dele: ser companheiro
do educando;
“Saber com os educandos, enquanto
estes soubessem com ele, seria sua tarefa. Já não estaria a serviço da desumanização.
A serviço da opressão, mas a serviço da libertação.” (p. 86-87)
A Concepção “bancária” e a contradição educador-educando
Educação Bancária
Implica: Falsa visão dos homens
Sugere: dicotomia inexistente
homens-mundo. “Homens simplesmente no mundo e não com o mundo e com os outros.”
(p. 87)
Concebe a
consciência:
algo especializado neles e não ao homens (corpos conscientes). “A consciência como
se fosse alguma seção “dentro” dos homens, mecanicistamente compartimentada,
passivamente aberta ao mundo que a irá “enchendo” de realidade. (p. 87)
Consciente
Continente:
recebe os depósitos que se transforma em conteúdos.
Papel do
educador:
§ Disciplinar a entrada do mundo nos
educandos;
§ Encher os educandos de
conteúdos;
§ Fazer depósitos “comunicados”
que considera como verdadeiro saber;
§ Trabalho: imitar o mundo.
Educação bancária:
§ apassivar mais ainda o homem;
§ adaptá-los ao mundo;
§ atender aos opressores, ao adequar
o homem ao mundo (paz);
§ eficiente instrumento para que
o oprimido atenda os anseios do opressor;
Um dos seus
Objetivos Fundamentais:
dificultar o pensar autêntico;
Por meio de: aulas verbalistas; métodos de
avaliação (controle de leitura); distância entre educador e educando.
Educador bancário,
NÃO PODE acreditar em:
§ conviver, simpatizar pois isso
implica comunicar-se (rechaçado e temido pela Educação Bancária);
§ não pode perceber que a comunicação
é que a vida tem sentido;
§ que o seu pensar só ganha autenticidade
no pensar do educando, mediatizados pela realidade (intercomunicação);
“Por isto, o pensar daquele não
pode ser um pensar para estes nem a estes imposto.” (p. 89)
Nota Fundamental
da concepção bancário:
§
a
superposição do educador, leva a prática da dominação;
“A
opressão, que é um controle esmagador, é necrófila. Nutre-se de amor à morte e não
do amor à vida.” (p. 90)
Marca
necrófila se dá pela:
§ fundamentação num conceito mecânico,
estático, especializado da consciência, transformando os educandos em
recipientes;
§ proibi o mover pelo animo de
libertar o pensamento pela ação dos homens e impede a transformação do mundo em
mais humano;
A concepção bancária, busca:
§ controlar o pensar e a ação;
§ inibir o poder de criar, de
atuar;
“[...] ao obstaculizar a atuação
do homem, como sujeitos de sua ação, como seres de opção, frustra-os.” (p. 91)
A Educação como prática da dominação:
§ vem sendo criticada;
§ mantem a ingenuidade dos
educandos, e;
§ em seu marco ideológico os leva
a acomodação ao mundo da opressão.
“Ao denunciá-la, não esperamos
que as elites dominadoras renunciem à sua prática. Seria demasiado ingênuo espera-lo.”
(p. 92)
OBJETIVO do livro/Freire:
§ chamar a tenção dos humanistas
de modo que na prática da libertação eles não se sirvam da educação bancária se
contradizendo em sua busca (p. 92);;
§ “Assim como também não pode
esta concepção tornar-se legado da sociedade opressora à sociedade revolucionária”
(p. 93)
Libertação dos
homens:
§ Só é possível se não os
alienarmos ou mantê-los alienados;
Libertação
autentica:
§ Humanização, não pode ser
depositada;
§ Não e palavra oca, mitificante
§ É PRAXIS = ação-reflexão sobre
o mundo para transformá-lo;
§ Não pode aceitar a concepção mecânica
da consciência;
§ Não pode aceitar que a ação
libertadora sirva-se das mesmas armas da dominação (da propagando dos slogans, dos “depósitos”).
EDUCAÇÃO comprometida com a
LIBERTAÇÃO
NÃO PODE...
§ não pode se fundar numa concepção
de homens como seres vazios;
§ numa consciência especializada,
mecanicistamente compartimentada.
EDUCAÇÃO comprometida com a
LIBERTAÇÃO / PROBLEMATIZADORA
§ Responde a essência do ser da consciência;
§ Nega os comunicados e existência
a comunicação;
§ Identifica-se com o próprio da consciência,
o ser consciência de;
“Neste sentido, a educação libertadora, problematizadora, já não
pode ser o ato de depositar, ou de narrar, ou de transferir, ou de transmitir “conhecimentos”
e valores aos educandos, meros pacientes, à maneira da educação “bancária”, mas
um ato cognoscente.” (p. 94)
Educação Bancária
|
Educação Problematizadora
|
§ serve a dominação;
§ mantém a contradição educador-educandos;
§ Nega a dialogicidade como essência
da educação;
§ se faz antidialógica.
|
§ serve à libertação;
§ realiza a superação;
§ afirma a dialogicidade;
§ se faz dialógica.
|
Ninguém Educa Ninguém, Ninguém Educa a Si Mesmo, Os Homens se Educam entre si, Mediatizados pelo Mundo
Educação Problematizadora só é possível se:
§ romper com a contradição entre
o educador e os educandos;
§ com diálogo;
Surge
os termos:
educador-educando / educando-educador;
§ enquanto educa o educador é
educado/ educando ao ser educado, também educa;
§ se educam mediatizados pelos
objetos cognoscíveis;
§ não distingue os momentos de
quefazer do educador-educando;
“Não
é sujeito cognoscente em um, e sujeito narrador do conteúdo conhecido como
outro.” (p. 97)
EDUCADOR
PROBLEMATIZADOR:
§ se re-faz constantemente;
§ investigador crítico.
EDUCANDOS:
§ em vez de serem recipientes
dóceis de depósitos;
§ são investigadores críticos;
§ em diálogo com o educador – que
também é um investigador crítico;
Papel do Educador Problematizador
§
“é
proporcionar, com os educandos, as condições em que se de a superação do
conhecimento no nível da doxa pelo
verdadeiro conhecimento, o que se dá no nível do logos.” (p. 97)
Educação Problematizadora:
§ implica um ato constante de
desvelamento da realidade;
§ busca emersão das consciências;
§ com vistas a inserção crítica
na realidade;
§ desafia os educandos + os
educandos se sentem desafiados;
§ quanto + desafiados + obrigados
a responder ao desafio;
§ desafio é captado como um
problema em suas conexões com os outros (em
totalidade e não como algo petrificado);
§ busca a de alienação;
§ prova novas compreensões de
novos desafios (que surge na resposta);
§ implica a negação do homem
abstrato, isolado, solto, desligado do mundo;
§ negação do mundo como uma
realidade ausento dos homens;
§ reflexão: sobre o homem em suas
relações com o mundo;
§ consciência e mundo se dão ao
mesmo tempo (Sartre);
A tendência,
então, do educador-educando como dos educandos-educadores é estabelecerem uma
forma autentica de pensar e atuar. Pensar-se a si mesmos e ao mundo,
simultaneamente, sem dicotomizar este pensar da ação.” (p. 100)
Educação
Bancária
|
Educação
Problematizadora
|
§ permite-se a repetição
insistente;
§ educador vai enchendo os
educandos de falso saber;
§ realidade estática;
§ os conteúdos são impostos;
|
§ os educandos vão
desenvolvendo o seu poder de captação e de compreensão do mundo
§ realidade em transformação,
em processo;
§ ela se faz como um esforço
permanente;
§ os homens vão se percebendo
criticamente (estão sendo; com que; em
que);
|
§ insiste em manter oculta
certas razões que explicam como o homem estão sendo no mundo;
§ mistifica a realidade;
§ nega o diálogo;
|
§ Compromete-se com a
libertação;
§ se empenha na desmistificação
(como
estão sendo os homens no mundo);
§ o selo do ato cognoscente,
desvelador da realidade
|
§ assistencializa;
§ servindo à dominação, inibe a
criatividade;
§ domestica a intencionalidade
da consciência (já que a não pode matar);
§ nega ao homem sua condição
ontológica e histórica de humanizar-se.
|
§ criticiza;
§ servindo a liberdade, se
funda na criatividade;
§ estimula a reflexão e a ação
verdadeiras dos homens sobre a realidade;
§ responde à sua vocação (como
seres que não podem autenticar-se fora da busca e da transformação criadora).
|
As concepções...
Bancária
|
Problematizadora
|
|
(também denominada: imobilistas; fixistas)
§ desconhecem os homens como
seres históricos;
§
|
§ parte exatamente do caráter
histórico e da historicidade do homem;
§ Os reconhece como seres que
estão sendo;
§ Seres inacabados, inconclusos
em e com uma realidade também inacabada;
§ Os homens se sabem
inacabados.
|
|
“[...] Daí que seja a
educação um quefazer permanente. Permanentemente, na razão da inconclusão dos
homens e do devenir da realidade.” (p. 102)
|
||
§ Dá ênfase na permanência.
|
§ Reforça a mudança.
|
|
§ prática bancária = Imobilismo
§
§ se faz reacionária.
|
§ não aceitando um presente ‘bem
comportado’ não aceita um futuro ‘pré-datado’;
§ enraizando-se no presente dinâmico
/ se torna revolucionária.
|
|
§ fixismo reacionário
|
§ futuridade revolucionária;
§ homens somo seres históricos e
à sua historicidade;
|
|
“[...] Dai que se identifique
com o movimento permanente em que se acham inscritos os homens, como seres
que se sabem inconclusos; movimento que é histórico e que tem o seu ponto de
partida, o seu sujeito, o seu objetivo.” (p. 103)
|
||
“O ponto de
partida deste movimento está nos homens mesmos.”
“Mas, como não há
homens sem mundo, sem realidade, o movimento parte das relações homens-mundo. Daí
que este ponto de partida esteja sempre nos homens no seu aqui e no seu agora
que constituem a situação em que se encontram ora imersos, ora emersos, ora
insertos.” (p. 103)
Prática...
Bancária
|
Problematizadora
|
§ enfatiza, direta ou
indiretamente, a percepção fatalista (tendo os
homens de sua situação);
§ Percepção ingênua ou
fatalista.
|
§ propõe aos homens de sua situação
como problema;
§ percepção que é capaz de
perceber-se;
§ porque se percebe, percebe a
realidade; é capaz de objetiva-la;
§ realidade histórica
|
“O
fatalismo cede, então, seu lugar ao ímpeto de transformação e de busca, de
que os homens se sentem sujeitos.” (p.104)
|
“Esta busca do ser mais, porém, não pode
realizar-se no isolamento, no individualismo, mas na comunhão, na solidariedade
dos existentes, daí que seja impossível dar-se nas relações antagônicas entre
opressores e oprimidos.” (p. 105)
Prática...
§ o fundamental é amenizar a
situação;
§ mantendo, porém, as consciências
imersas nela.
|
§ Enquanto quefazer humanista e
libertador;
§ Importante: homens submetidos
a dominação lutem por sua emancipação.
|
“Por
isto é que esta educação em que educadores e educandos se fazem sujeitos do seu
processo, superando o intelectualismo alienante, superando o autoritarismo do
educador “bancário”, supera também a falsa consciência de mundo.”
O
mundo, agora, já não é algo sobre que se fala com falsas palavras, mas o
mediatizador dos sujeitos da educação, a incidência da ação transformadora dos
homens, de que resulte a sua humanização.
As concepções...
Bancária
|
Problematizadora
|
|
(também denominada: imobilistas; fixistas)
§ desconhecem os homens como
seres históricos;
§
|
§ parte exatamente do caráter
histórico e da historicidade do homem;
§ Os reconhece como seres que
estão sendo;
§ Seres inacabados, inconclusos
em e com uma realidade também inacabada;
§ Os homens se sabem
inacabados.
|
|
“[...] Daí que seja a
educação um quefazer permanente. Permanentemente, na razão da inconclusão dos
homens e do devenir da realidade.” (p. 102)
|
||
§ Dá ênfase na permanência.
|
§ Reforça a mudança.
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|
§ prática bancária = Imobilismo
§
§ se faz reacionária.
|
§ não aceitando um presente ‘bem
comportado’ não aceita um futuro ‘pré-datado’;
§ enraizando-se no presente dinâmico
/ se torna revolucionária.
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|
§ fixismo reacionário
|
§ futuridade revolucionária;
§ homens somo seres históricos e
à sua historicidade;
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|
“[...] Dai que se identifique
com o movimento permanente em que se acham inscritos os homens, como seres
que se sabem inconclusos; movimento que é histórico e que tem o seu ponto de
partida, o seu sujeito, o seu objetivo.” (p. 103)
|
||
“O ponto de
partida deste movimento está nos homens mesmos.”
“Mas, como não há
homens sem mundo, sem realidade, o movimento parte das relações homens-mundo. Daí
que este ponto de partida esteja sempre nos homens no seu aqui e no seu agora
que constituem a situação em que se encontram ora imersos, ora emersos, ora
insertos.” (p. 103)
Prática...
Bancária
|
Problematizadora
|
§ enfatiza, direta ou
indiretamente, a percepção fatalista (tendo os
homens de sua situação);
§ Percepção ingênua ou
fatalista.
|
§ propõe aos homens de sua situação
como problema;
§ percepção que é capaz de
perceber-se;
§ porque se percebe, percebe a
realidade; é capaz de objetiva-la;
§ realidade histórica
|
“O
fatalismo cede, então, seu lugar ao ímpeto de transformação e de busca, de
que os homens se sentem sujeitos.” (p.104)
|
“Esta busca do ser mais, porém, não pode
realizar-se no isolamento, no individualismo, mas na comunhão, na solidariedade
dos existentes, daí que seja impossível dar-se nas relações antagônicas entre
opressores e oprimidos.” (p. 105)
Prática...
§ o fundamental é amenizar a
situação;
§ mantendo, porém, as consciências
imersas nela.
|
§ Enquanto quefazer humanista e
libertador;
§ Importante: homens submetidos
a dominação lutem por sua emancipação.
|
“Por
isto é que esta educação em que educadores e educandos se fazem sujeitos do seu
processo, superando o intelectualismo alienante, superando o autoritarismo do
educador “bancário”, supera também a falsa consciência de mundo.”
O
mundo, agora, já não é algo sobre que se fala com falsas palavras, mas o
mediatizador dos sujeitos da educação, a incidência da ação transformadora dos
homens, de que resulte a sua humanização.
Esta
e´a razão por que a concepção problematizadora da educação não pode servir ao
opressor.” (p. 105)
No processo
revolucionário, a liderança não pode ser “bancária”, para depois deixar de
sê-lo. (p. 106)
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