domingo, 17 de março de 2019

Abordagens Pedagógicas e sua Relação com as Teorias de Ação com as Teorias de Aprendizagem
                Cristiane Martins Peres, Marta Neves Campanelli Marçal Vieira , Elisa Rachel Pisani Altafim , Michela Bianchi de Mello , Kemen Samder Suen (EM CONSTRUÇÃO)


O Texto traz:  um breve percurso pelas concepções teóricas sobre o processo de aprendizagem dos indivíduos e sua relação com as abordagens pedagógicas presentes nos modelos de cursos de graduação.

TODO MINUTO nos múltiplos cenários pedagógicos:
Professor: 
- precisa tomar posse de fundamentos sobre o indivíduo que aprende:
- como esse aprendizado se origina;
- como se desenvolve e;
- se transforma em experiência significativa de aprendizagem.
DOCENTES INCORPORAM:
- geralmente, de forma inconsciente práticas de ensino esvaziadas de fundamentação teórica (para tomadas de decisão)
TODA PRÁTICA METODOLÓGICA traz:
- concepções;
- valores;
- crenças em relação aos processos de ensinar e aprender 
Isso Prova: não há ação pedagógica neutra

MODELOS PEDAGÓGICOS:
“um sistema de premissas teóricas que representa, explica e orienta a forma como se aborda o currículo e que se concretiza nas práticas pedagógicas e nas interações professor-aluno-objeto de conhecimento” (BEHAR, 2009, p. 2)
DIFERENTES enfoques nas abordagens pedagógicas:
- orientados pelo contexto histórico mundial

- ou pelas posições que as teorias tomam sobre as finalidades sociais da escola
- ou ainda pela criticidade das teorias em relação à sociedade
na busca da compreensão da prática educacional.
Neste texto, escolheu-se o enfoque
- sistemas figurativos;
- Triangulo Pedagógico de Nóvoa (2000)³;
- a Arquitetura Pedagógica de Behar (2009)²
 que explicam as abordagens pedagógicas por meio das interações entre os participantes do processo educativo.
TRIÂNGULO PEDAGÓGICO, os vértices seriam:
- o professor;
- o estudante, e;
- o objeto do conhecimento ou “saber”.
"Um determinado enfoque teórico seria marcado pelo papel do protagonista de um dos vértices na relação entre eles."
ENFOQUES:
- agrupados em três grandes modelos pedagógicos que se distinguem por estarem centrados no professor, no estudante ou no saber. 
ARQUITETURA PEDAGÓGICA:
 ao invés do saber como um dos vértices encontra-se o meio pelo qual o aprendizado ocorre.

Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire - Capítulo 4

Capítulo 
A Teoria da ação Antidialógica (em construção)

Analise as teorias da ação cultural: desenvolvidas a partir da matriz antidialógica

sábado, 16 de março de 2019

Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire - Capítulo 3


Capítulo 3
A Dialogicidade: essência da Educação como Prática da Liberdade

Essência do Diálogo
Educação como prática da liberdade.


Diálogo como fenômeno humano: revela a PALAVRA.
PALAVRA:
- Ação e Reflexão: de formas solidárias / interação radical;
"Não há palavra verdadeira que não seja práxis. Daí que dizer a palavra verdadeira seja transformador o mundo." (p. 107)


"Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão." (p. 108)

"O diálogo é este encontro dos homens, mediatizados pelo mundo, para pronunciá-los, não se esgotando, portanto, na relação eu-tu." (p. 109)


Capítulo 3
A dialogicidade: essência da educação como prática da liberdade
 Por: Caroline Reis

Palavra: duas dimensões > ação e reflexão, de forma solidária. “Não há palavra verdadeira que não seja práxis.” p. 107

Palavra: ação = Práxis                                         Sacrifício: da ação = palavreria, verbalismo
           reflexão                                                                    da reflexão = ativismo

Palavra inautêntica: resulta da dicotomia entre ação e reflexão. Sem ação, a reflexão é sacrificada automaticamente, e tudo se transforma em palavreria. é palavra oca. Não há denúncia verdadeira sem compromisso de transformação, nem este sem ação. (p. 108)
Ativismo: ação sem reflexão. Nega a práxis verdadeira e impossibilita o diálogo. (p. 108)
A existência não pode ser muda, mas precisa nutrir-se de palavras verdadeiras para mudar o mundo. “Existir, humanamente, é pronunciar o mundo, modificá-lo. (p. 108)
Diálogo: exigência existencial humana. Não é só “depositar ideias” um no outro, nem discussões, polêmicas, mas sim “encontro em que se solidarizam o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado e humanizado” p. 109
“A conquista implícita do diálogo é a do mundo pelos sujeitos dialógicos, não a de um pelo outro. Conquista do mundo para a libertação dos homens.” (p. 110)

Educação dialógica e diálogo
“Não há diálogo, porém, se não há um profundo amor ao mundo e aos homens.” (p. 110)
Dominação: patologia de amor - sadismo em quem domina e masoquismo no dominado.
Amor é um ato de coragem, nunca de medo, é compromisso com os homens, com a libertação dos homens, é dialógico. (p. 111)
Amor: valentia, liberdade, sem manipulação, humilde. Suprimindo a opressão é possível restaurar o amor que estava proibido. (p.111)
Autossuficiência é incompatível com o diálogo - humildade. (p. 112)
Não há diálogo sem fé nos homens: “Fé no seu poder de fazer e de refazer. De criar e recriar. Fé na sua vocação de ser mais, que não é privilégio de alguns eleitos, mas direito dos homens.” (p. 112)
“O homem dialógico, que é crítico, sabe que, se o poder de fazer, de criar, de transformar, é um poder dos homens, sabe também que podem eles, em situação concreta, alienados, ter este poder prejudicado.” (p. 112)
“Ao fundar-se no amor, na humildade, na fé nos homens, o diálogo se faz uma relação horizontal, em que a confiança de um polo no outro e consequência óbvia.” (p. 113)
Confiança: junto com a fé nos homens, é a priori do diálogo. Faz dos sujeitos dialógicos cada vez mais companheiros na pronúncia do mundo. (p. 113)
Não existe diálogo sem esperança. “A esperança está na própria essência da imperfeição dos homens, levando-os a uma eterna busca. Uma tal busca, como já vimos, não se faz no isolamento mas na comunicação entre os homens - o que é impraticável numa situação de agressão.” (p. 113-114)

O diálogo começa na busca do conteúdo programático
“Para o educador-educando, dialógico, problematizador, o conteúdo programático da educação não é uma doação ou uma imposição - um conjunto de informes a ser depositado nos educandos - , mas a devolução organizada, sistematizada e acrescentada ao povo daqueles elementos que este lhe entregou de forma desestruturada.” (p. 116)
Educação autêntica: A com B, mediatizados pelo mundo. “Mundo que impressiona e desafia a uns e a outros, originando visões ou pontos de vista sobre ele. Visões impregnadas de anseios, de dúvidas, de esperanças ou desesperanças que implicitam temas significativos, à base dos quais se constituirá o conteúdo programático da educação.” p. 116
“Para o educador humanista ou revolucionário autêntico, a incidência da ação é a realidade a ser transformada por eles com os outros homens e não estes.”
Invasão cultural: Não se deve esperar resultado positivo de um programa educativo que desrespeita a particular visão de mundo do povo, nem com boa intenção, pois é sempre uma invasão cultural.

As relações homens-mundo, os temas geradores e o conteúdo programático desta educação

Situação presente + reflexão das aspirações do povo > organização do conteúdo programático da educação ou da ação política. p. 119-120. Propor ao povo, através de certas contradições básicas, sua situação existencial como problema, que o desafia e lhe exige resposta no nível intelectual e da ação. P. 120

Universo temático / Conjunto de temas geradores: o momento de buscar o conteúdo programático é o início do diálogo da educação como prática da liberdade. Essa investigação precisa ser dialógica e conscientizadora, de maneira que os indivíduos apreendam os temas geradores e tomem decisões de consciência em torno dos mesmos. p. 121
Investiga-se o pensamento-linguagem dos homens referido à realidade, os níveis de sua percepção desta realidade, sua visão de mundo. p. 122
A vida dos homens se dá no mundo que eles recriam e transformam incessantemente; o aqui não é somente espaço físico, mas também histórico.p. 124
Situações-limite: não devem ser barreiras insuperáveis, em si mesmas geradoras de um clima de desesperança. A percepção que os homens têm delas num dado momento histórico, como um freio, a partir do momento que a percepção crítica se instaura, se desenvolve um clima de esperança e confiança que leva os homens a se empenharem na superação das situações-limite. p. 126
O produto do homem não pertence ao seu corpo, pelo contrário, o homem é livre frente a seu produto - atividade produtora desafiadora - atos-limite. p 127

Os homens são seres da práxis: através de sua ação sobre o mundo, criam domínio cultural e histórico; sendo práxis,  reflexão e ação verdadeira de transformação da realidade, fonte de conhecimento reflexivo e criação - transformação. p. 127-128

Ação transformadora da realidade objetiva: homem produz bens materiais, objetos, instituições, ideias, concepções. Criam história e se fazem seres histórico-sociais. p. 128

Continuidade histórica: “Uma unidade epocal se caracteriza pelo conjunto de ideias, de concepções, esperanças, dúvidas, valores, desafios, em interação dialética com seus contrários, buscando plenitude.” p. 128-129 Temas da época: representação concreta destas ideias, valores, concepções, esperanças e obstáculos ao ser mais dos homens. p. 129. Universo temático: é o conjunto dos temas em interação. p. 129

Plena realização da tarefa humana: permanente transformação da realidade para a libertação dos homens. p 129-130.
Os temas ora estão envolvidos, ora estão envolvendo as situações-limite, e as tarefas que eles implicam, quando cumpridas, constituem os atos-limite. p. 130
“As situações-limite implicam a existência daqueles a quem direta ou indiretamente “servem” e daqueles a quem “negam” e “freiam”. p. 130

A investigação dos temas geradores e sua metodologia
A investigação do tema gerador, se realizada por meio de uma metodologia conscientizadora, além de nos possibilitar sua apreensão, insere ou começa a inserir os homens numa forma crítica de pensarem seu mundo. p 134
Descodificação da situação existencial - implica em: abstrato > concreto; partes > todo > partes; reconhecimento do sujeito no objeto e do objeto com situação em que está o sujeito. p 135.

Situação existencial codificada > cisão - descrição da situação = descobre a interação entre as partes do todo cindido. p. 135
Investigar o tema gerador é investigar o pensamento humano, referido à realidade, é investigar seu atuar sobre a realidade, que é sua práxis. p. 136
A investigação temática é um esforço comum de consciência da realidade e de autoconsciência, que a inscreve como ponto de partida do processo educativo, ou da ação cultural de caráter libertador. p. 138

A significação conscientizadora da investigação dos temas geradores. Os vários momentos da investigação

Risco: deslocar o centro da investigação , que é a temática significativa, a ser objeto da análise, para os homens, como se fossem coisas. p. 139
Investigação temática se dá no domínio humano, não pode ser um ato mecânico. É processo de busca, de conhecimento, de criação e exige dos seus sujeitos a interpenetração dos problemas. p. 139

Investigação pedagógica e crítica, não perde-se em visões parciais da realidade, mas se fixa na compreensão da totalidade - envolvimento histórico-cultural. p. 139
Tanto quanto a educação, a investigação que a ela serve tem de constituir-se na comunicação, no sentir comum uma realidade que não pode ser vista mecanicistamente compartimentada, simplistamente bem comportada, mas na complexidade de seu permanente vir a ser. p 140
A investigação temática envolve o pensar do povo, nos homens e entre os homens, sempre referido à realidade. p. 140
A superação não se faz no ato de consumir ideias, mas no de produzi-las e transformá-las em ação e comunicação. p. 141
“Os homens são porque estão em situação. E serão tanto mais quanto não só pensem criticamente sobre sua forma de estar, mas criticamente atuem sobre a situação em que estão.” p. 141
“A tarefa do educador dialógico é, trabalhando em equipe interdisciplinar este universo temático recolhido na investigação, devolvê-lo, como problema, não como dissertação, aos homens de quem recebeu.” p. 142

Resumão capítulo 3: Dialogicidade
Diálogo: é um fenômeno humano; é a essência da educação problematizadora; práxis (ação + reflexão); é transformador; é uma exigência existencial.
Educação dialógica: confiança mútua; pensar crítico; requer humildade; compromisso com a libertação; é fruto do amor aos homens e ao mundo; não há dominação; aspiração em ser mais.

Conteúdo programático: considera o homem como ser histórico e da práxis; expurga visões pessoais; nega-se a visão do opressor.
Como chegar ao conteúdo programático?
Começa na prática social global > busca a emersão das consciências > universo temático (divide-se em tema dobradiça e tema gerador) > visa TRANSFORMAÇÃO.

Problematização da realidade
Tema dobradiça: redução temática não sugerida pelo povo; necessidade comprovada detectada pelos educadores.
Tema gerador: redução temática definida pelo educador e pelo povo, a partir da situação de mundo dos educandos (envolvem-se as situações-limite; visam o inédito viável - através de atos-limite; consciência máxima possível); vai do geral ao particular; corresponde ao pensamento-linguagem da realidade (consciência histórica).
Metodologia conscientizadora: visão holística; elaborada mutuamente; educandos + equipe interdisciplinar; não é mecânica; codificação e descodificação de situações existentes; ato cognoscente.

Por: Caroline Reis

https://www.metropoles.com/brasil/feminicidios-nao-constam-em-dados-oficiais-do-ministerio-da-justica?fbclid=IwAR3wVw69VJsEDk39uUr6csVEtORmmqeVlxbSeuqx1bTEvy6tYMWp3aSw78c

Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire - Capítulo 2

Capítulo 2
A concepção bancária da “educação” como instrumento da opressão. Seus pressupostos, sua crítica

Relação: educador-educandos na escola
·         Caráter especial e marcante – o de serem relações fundamentalmente narradoras, dissertadoras.
Narração de conteúdo: petrificar-se ou fazer-se algo quase morto.
Implica:
·         um sujeito (o narrador);
·         objetos pacientes, ouvintes – os educandos;
·         Tônica da educação: narrar, sempre narrar.
Educação Bancária
INQUIETAÇÃO DESTA EDUCAÇÃO
Realidade: como algo parado, estático, compartimentado e bem-comportado;
·         algo alheio à experiência existencial dos educandos.
Educador: aparece como seu indiscutível agente (real sujeito);
 Tarefa do Educador (indeclinável): é “encher” os educandos dos conteúdos de sua narração. (p. 79);
“Conteúdos que são retalhos da realidade desconectados da totalidade em que se engredam e em cuja visão ganhariam significação.” (p. 79-80);
PALAVRA: se esvazia da dimensão concreta, ou seja, se transforma em palavra oca, em verbosidade alienada e alienante.
"Daí que seja mais som que significação e, assim, melhor seria não dizê-la.

CARACTERÍSTICA DESTA EDUCAÇÃO DISSERTADORA: "é a "sonoridade" da palavra e não sua força transformadora. (p. 80)
NARRAÇÃO com EDUCADOR SENDO SUJEITO: 
§  leva os educandos a memorização;
§  se transforma em “vasilhas”; recipientes enchidos pelo educado;
[...] “Quanto mais vá “enchendo” os recipientes com seus “depósitos”, tanto melhor educador será. Quanto mais se deixem docilmente “encher”, tanto melhores educandos serão. (p. 80)
“Dessa maneira, a educação se torna um ato de depositar, em que os educandos são os depósitos e o educador, o depositante.
EDUCADOR:
§  em vez de se comunicar faz comunicados;
EDUCANDOS:
§  recebem pacientemente;
§  memorizam;
§  repetem.
CONCEPÇÃO BANCÁRIA DE EDUCAÇÃO:
Margem de ação: oferta aos educandos
§  receberem os depósitos;
§  guarda-los;
§  arquivá-los.
Educandos: colecionadores ou fichadores das coisas que arquivam.
“Educador e educando se arquivam na medida em que, nesta distorcida visão da educação, não há criatividade, não há transformação, não há saber. Só existe saber na invenção, na reinvenção, na busca inquieta, impaciente, permanente, que os homens fazem no mundo, com o mundo e com os outros. Busca esperançosa também.” (p. 81)
Na visão bancaria da educação:
SABER: é uma doação dos sábios;
“O educador, que aliena a ignorância, se mantem em proposição fixas, invariáveis. Será sempre o que sabe, enquanto os educandos serão sempre os que não sabem. A rigidez desta posições nega a educação e o conhecimento como processo de busca.”
“O educador se põe frente ao educandos como sua antinomia necessária. Reconhece na absolutização da ignorância daqueles a razão de sua existência. Os educandos, alienados, por sua vez, à maneira de escravo na dialética hegeliana, reconhecem em sua ignorância a razão da existência do educador, mas não chegam, nem sequer ao modo do escravo naquela dialética, a descobrir-se educadores do educador.
Na concepção bancária:
§  educação como ato de depositar, de transferir, de transmitir valore e conhecimentos;
“[...], não se verifica e nem pode verificar-se esta superação.” (p.. 82)
Educação Bancária:
§  reflete a sociedade opressora;
§  é dimensão da cultura do silêncio;
§  mantém e estimula a contradição.
NELA:
a)     o educador é o que educa; os educandos, os que são educados;
b)     o educador é o que sabe; os educandos, os que não sabem;
c)     o educador é o que pensa; os educandos, os pensados;
d)     o educador é o que diz a palavra; os educandos, os que a escutam docilmente;
e)     o educador é o que disciplina; os educandos, os disciplinados;
f)      o educador é o que opta e prescreve sua opção; os educandos, o que seguem a prescrição;
g)     o educador é o que atua; os educandos, os que têm a ilusão de que atuam, na atuação do educador;
h)     o educador escolhe o conteúdo programático; os educandos, jamais ouvidos nesta escolha, se acomodam a ele;
i)      o educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, que opõe antagonicamente à liberdade dos educandos; estes devem adaptar-se às determinações daquele;
j)      o educador, finalmente, é o sujeito do processo; os educandos, meros objetos.
Educador:
§  o que sabe;
§  dá, entrega, leva, transmite o seu saber;
§  um saber que não é experiência feita
§  mas, experiência narrada ou transmitida.
Educandos:
§  os que não sabem nada;
§  depósitos lhes são feitos
Nesta visão:

“[...], os homens sejam vistos como seres da adaptação, do ajustamento.” (p. 83)
“Quanto mais se exercitem os educandos no arquivamento dos depósitos que lhes são feitos, tanto menos desenvolverão em sai a consciência crítica de que resultaria a sua inserção no mundo, como transformadores dele. Como sujeitos.” (p. 83)
Visão bancária:
§  passividade = faz o homem adaptar-se ao mundo sem transformá-lo;
§  anula – ou minimiza - o poder criador do educando;
§  estimula a ingenuidade a não criticidade;
§  satisfaz o interesse dos opressores.
“O seu “humanitarista”, e não humanismo, está em preservar a situação e que são beneficiários e que lhes possibilita a manutenção de sua falsa generosidade, a que nos referimos no capítulo anterior. Por isto mesmo e que reagem, até instintivamente, contra a qualquer tentativa de uma educação estimulante do pensar autentico, que não se deixa emaranhar pelas visões parciais da realidade, buscando sempre os nexos que prendem um ponto a outro, ou num problema a outro.” (p. 84)
Concepção e da prática bancária:
Serve para: transformar a mentalidade dos oprimidos e não a mentalidade que os oprime. Para adaptá-lo e melhor os dominar.
Oprimidos como casos individuais = assistidos = meros marginais.
Marginalizados = “seres de fora de”: Para Freire estes “[...] jamais estiveram fora de. Sempre estiveram dentro de. Dentro de uma estrutura que os transforma em “seres para outro”. [...] (p. 84)
O fazer-se “seres para si” não é objetivo dos opressores. “Daí que a “educação bancária”, que a eles serve, jamais possa orientar-se n sentido da conscientização dos educandos.” (p. 85)
Educação de Adultos bancária:
§  não interessa propor o desvelamento do mundo;
§  porque o pensar autenticamente é perigoso.
O que não percebem os que executam a educação “bancária”:
§  “[...] é que nos próprios “depósitos” se encontram as contradições, apenas revestidas por uma exterioridade que as oculta.” (p. 85);
§  Cedo ou tarde os próprios depósitos podem provocar um confronto com a realidade;
§  Despertando os educandos passivos contra a domesticação.
A Concepção Problematizadora e Libertadora da Educação. Seus Pressupostos.
Homens:
§  seres de buscas;
§  vocação ontológica: humanizar-se;
§  podem – cedo ou tarde – perceber a contradição da educação bancária.
Educador Humanista (revolucionário):
§  Não há de esperar essa possibilidade;
Sua Ação (do Educador Humanista):
§  orientar-se no sentido da humanização de ambos;
§  do pensar autêntico (não do sentido da doação, da entrega do saber);
§  crença no seu poder criador
§  O que exige dele: ser companheiro do educando;
“Saber com os educandos, enquanto estes soubessem com ele, seria sua tarefa. Já não estaria a serviço da desumanização. A serviço da opressão, mas a serviço da libertação.” (p. 86-87)
 A Concepção “bancária” e a contradição educador-educando
Educação Bancária
Implica: Falsa visão dos homens
Sugere: dicotomia inexistente homens-mundo. “Homens simplesmente no mundo e não com o mundo e com os outros.” (p. 87)
Concebe a consciência: algo especializado neles e não ao homens (corpos conscientes). “A consciência como se fosse alguma seção “dentro” dos homens, mecanicistamente compartimentada, passivamente aberta ao mundo que a irá “enchendo” de realidade. (p. 87)
Consciente Continente: recebe os depósitos que se transforma em conteúdos.
Papel do educador:
§  Disciplinar a entrada do mundo nos educandos;
§  Encher os educandos de conteúdos;
§  Fazer depósitos “comunicados” que considera como verdadeiro saber;
§  Trabalho: imitar o mundo.
Educação bancária:
§  apassivar mais ainda o homem;
§  adaptá-los ao mundo;
§  atender aos opressores, ao adequar o homem ao mundo (paz);
§  eficiente instrumento para que o oprimido atenda os anseios do opressor;
Um dos seus Objetivos Fundamentais: dificultar o pensar autêntico;
Por meio de: aulas verbalistas; métodos de avaliação (controle de leitura); distância entre educador e educando.
Educador bancário, NÃO PODE acreditar em:
§  conviver, simpatizar pois isso implica comunicar-se (rechaçado e temido pela Educação Bancária);
§  não pode perceber que a comunicação é que a vida tem sentido;
§  que o seu pensar só ganha autenticidade no pensar do educando, mediatizados pela realidade (intercomunicação);
“Por isto, o pensar daquele não pode ser um pensar para estes nem a estes imposto.” (p. 89)
Nota Fundamental da concepção bancário:
§  a superposição do educador, leva a prática da dominação;
“A opressão, que é um controle esmagador, é necrófila. Nutre-se de amor à morte e não do amor à vida.” (p. 90)
Marca necrófila se dá pela:
§  fundamentação num conceito mecânico, estático, especializado da consciência, transformando os educandos em recipientes;
§  proibi o mover pelo animo de libertar o pensamento pela ação dos homens e impede a transformação do mundo em mais humano;
A concepção bancária, busca:
§  controlar o pensar e a ação;
§  inibir o poder de criar, de atuar;
“[...] ao obstaculizar a atuação do homem, como sujeitos de sua ação, como seres de opção, frustra-os.” (p. 91)
A Educação como prática da dominação:
§  vem sendo criticada;
§  mantem a ingenuidade dos educandos, e;
§  em seu marco ideológico os leva a acomodação ao mundo da opressão.
“Ao denunciá-la, não esperamos que as elites dominadoras renunciem à sua prática. Seria demasiado ingênuo espera-lo.” (p. 92)
OBJETIVO do livro/Freire:
§  chamar a tenção dos humanistas de modo que na prática da libertação eles não se sirvam da educação bancária se contradizendo em sua busca (p. 92);;
§  “Assim como também não pode esta concepção tornar-se legado da sociedade opressora à sociedade revolucionária” (p. 93)
Libertação dos homens:
§  Só é possível se não os alienarmos ou mantê-los alienados;
Libertação autentica:
§  Humanização, não pode ser depositada;
§  Não e palavra oca, mitificante
§  É PRAXIS = ação-reflexão sobre o mundo para transformá-lo;
§  Não pode aceitar a concepção mecânica da consciência;
§  Não pode aceitar que a ação libertadora sirva-se das mesmas armas da dominação (da propagando dos slogans, dos “depósitos”).
EDUCAÇÃO comprometida com a LIBERTAÇÃO
NÃO PODE...
§  não pode se fundar numa concepção de homens como seres vazios;
§  numa consciência especializada, mecanicistamente compartimentada.
EDUCAÇÃO comprometida com a LIBERTAÇÃO / PROBLEMATIZADORA
§  Responde a essência do ser da consciência; 
§  Nega os comunicados e existência a comunicação;
§  Identifica-se com o próprio da consciência, o ser consciência de;
“Neste sentido, a educação libertadora, problematizadora, já não pode ser o ato de depositar, ou de narrar, ou de transferir, ou de transmitir “conhecimentos” e valores aos educandos, meros pacientes, à maneira da educação “bancária”, mas um ato cognoscente.” (p. 94)
Educação Bancária
Educação Problematizadora
§  serve a dominação;
§  mantém a contradição educador-educandos;
§  Nega a dialogicidade como essência da educação;
§  se faz antidialógica.
§  serve à libertação;
§  realiza a superação;
§  afirma a dialogicidade;
§  se faz dialógica.



Ninguém Educa Ninguém, Ninguém Educa a Si Mesmo, Os Homens se Educam entre si, Mediatizados pelo Mundo
 Educação Problematizadora = só é possível se romper com a contradição entre o educador e os educandos.

Educação Problematizadora só é possível se:
§  romper com a contradição entre o educador e os educandos;
§  com diálogo;
Surge os termos: educador-educando / educando-educador;
§  enquanto educa o educador é educado/ educando ao ser educado, também educa;
§  se educam mediatizados pelos objetos cognoscíveis;
§  não distingue os momentos de quefazer do educador-educando;
“Não é sujeito cognoscente em um, e sujeito narrador do conteúdo conhecido como outro.” (p. 97)
EDUCADOR PROBLEMATIZADOR:
§  se re-faz constantemente;
§  investigador crítico.
EDUCANDOS:
§  em vez de serem recipientes dóceis de depósitos;
§  são investigadores críticos;
§  em diálogo com o educador – que também é um investigador crítico;
Papel do Educador Problematizador
§  “é proporcionar, com os educandos, as condições em que se de a superação do conhecimento no nível da doxa pelo verdadeiro conhecimento, o que se dá no nível do logos.” (p. 97)
Educação Problematizadora:
§  implica um ato constante de desvelamento da realidade;
§  busca emersão das consciências;
§  com vistas a inserção crítica na realidade;
§  desafia os educandos + os educandos se sentem desafiados;
§  quanto + desafiados + obrigados a responder ao desafio;
§  desafio é captado como um problema em suas conexões com os outros (em totalidade e não como algo petrificado);
§  busca a de alienação;
§  prova novas compreensões de novos desafios (que surge na resposta);
§  implica a negação do homem abstrato, isolado, solto, desligado do mundo;
§  negação do mundo como uma realidade ausento dos homens;
§  reflexão: sobre o homem em suas relações com o mundo;
§  consciência e mundo se dão ao mesmo tempo (Sartre);
A tendência, então, do educador-educando como dos educandos-educadores é estabelecerem uma forma autentica de pensar e atuar. Pensar-se a si mesmos e ao mundo, simultaneamente, sem dicotomizar este pensar da ação.” (p. 100)
Educação Bancária
Educação Problematizadora
§  permite-se a repetição insistente;
§  educador vai enchendo os educandos de falso saber;
§  realidade estática;
§  os conteúdos são impostos;
§  os educandos vão desenvolvendo o seu poder de captação e de compreensão do mundo
§  realidade em transformação, em processo;
§  ela se faz como um esforço permanente;
§  os homens vão se percebendo criticamente (estão sendo; com que; em que);
§  insiste em manter oculta certas razões que explicam como o homem estão sendo no mundo;
§  mistifica a realidade;

§  nega o diálogo;
§  Compromete-se com a libertação;

§  se empenha na desmistificação (como estão sendo os homens no mundo);
§  o selo do ato cognoscente, desvelador da realidade
§  assistencializa;
§  servindo à dominação, inibe a criatividade;
§  domestica a intencionalidade da consciência (já que a não pode matar);
§  nega ao homem sua condição ontológica e histórica de humanizar-se.
§  criticiza;
§  servindo a liberdade, se funda na criatividade;
§  estimula a reflexão e a ação verdadeiras dos homens sobre a realidade;
§  responde à sua vocação (como seres que não podem autenticar-se fora da busca e da transformação criadora).

Homem como um ser Inconcluso, Consciente de sua Inconclusão, e seu Permanente Movimento de Busca do Ser Mais


As concepções...
Bancária
Problematizadora
 (também denominada: imobilistas; fixistas)
§  desconhecem os homens como seres históricos;
§   
§  parte exatamente do caráter histórico e da historicidade do homem;
§  Os reconhece como seres que estão sendo;
§  Seres inacabados, inconclusos em e com uma realidade também inacabada;
§  Os homens se sabem inacabados.
“[...] Daí que seja a educação um quefazer permanente. Permanentemente, na razão da inconclusão dos homens e do devenir da realidade.” (p. 102)
§  Dá ênfase na permanência.
§  Reforça a mudança.
§  prática bancária = Imobilismo
§   
§  se faz reacionária.
§  não aceitando um presente ‘bem comportado’ não aceita um futuro ‘pré-datado’;
§  enraizando-se no presente dinâmico / se torna revolucionária.
§  fixismo reacionário
§  futuridade revolucionária;
§  homens somo seres históricos e à sua historicidade;
“[...] Dai que se identifique com o movimento permanente em que se acham inscritos os homens, como seres que se sabem inconclusos; movimento que é histórico e que tem o seu ponto de partida, o seu sujeito, o seu objetivo.” (p. 103)
“O ponto de partida deste movimento está nos homens mesmos.”
“Mas, como não há homens sem mundo, sem realidade, o movimento parte das relações homens-mundo. Daí que este ponto de partida esteja sempre nos homens no seu aqui e no seu agora que constituem a situação em que se encontram ora imersos, ora emersos, ora insertos.” (p. 103)
Prática...
Bancária
Problematizadora
§  enfatiza, direta ou indiretamente, a percepção fatalista (tendo os homens de sua situação);
§  Percepção ingênua ou fatalista.
§  propõe aos homens de sua situação como problema;
§  percepção que é capaz de perceber-se;
§  porque se percebe, percebe a realidade; é capaz de objetiva-la;
§  realidade histórica
“O fatalismo cede, então, seu lugar ao ímpeto de transformação e de busca, de que os homens se sentem sujeitos.” (p.104)
“Esta busca do ser mais, porém, não pode realizar-se no isolamento, no individualismo, mas na comunhão, na solidariedade dos existentes, daí que seja impossível dar-se nas relações antagônicas entre opressores e oprimidos.” (p. 105)

Prática...
§  o fundamental é amenizar a situação;
§  mantendo, porém, as consciências imersas nela.
§  Enquanto quefazer humanista e libertador;
§  Importante: homens submetidos a dominação lutem por sua emancipação.
“Por isto é que esta educação em que educadores e educandos se fazem sujeitos do seu processo, superando o intelectualismo alienante, superando o autoritarismo do educador “bancário”, supera também a falsa consciência de mundo.”
O mundo, agora, já não é algo sobre que se fala com falsas palavras, mas o mediatizador dos sujeitos da educação, a incidência da ação transformadora dos homens, de que resulte a sua humanização.
As concepções...
Bancária
Problematizadora
 (também denominada: imobilistas; fixistas)
§  desconhecem os homens como seres históricos;
§   
§  parte exatamente do caráter histórico e da historicidade do homem;
§  Os reconhece como seres que estão sendo;
§  Seres inacabados, inconclusos em e com uma realidade também inacabada;
§  Os homens se sabem inacabados.
“[...] Daí que seja a educação um quefazer permanente. Permanentemente, na razão da inconclusão dos homens e do devenir da realidade.” (p. 102)
§  Dá ênfase na permanência.
§  Reforça a mudança.
§  prática bancária = Imobilismo
§   
§  se faz reacionária.
§  não aceitando um presente ‘bem comportado’ não aceita um futuro ‘pré-datado’;
§  enraizando-se no presente dinâmico / se torna revolucionária.
§  fixismo reacionário
§  futuridade revolucionária;
§  homens somo seres históricos e à sua historicidade;
“[...] Dai que se identifique com o movimento permanente em que se acham inscritos os homens, como seres que se sabem inconclusos; movimento que é histórico e que tem o seu ponto de partida, o seu sujeito, o seu objetivo.” (p. 103)
“O ponto de partida deste movimento está nos homens mesmos.”
“Mas, como não há homens sem mundo, sem realidade, o movimento parte das relações homens-mundo. Daí que este ponto de partida esteja sempre nos homens no seu aqui e no seu agora que constituem a situação em que se encontram ora imersos, ora emersos, ora insertos.” (p. 103)
Prática...
Bancária
Problematizadora
§  enfatiza, direta ou indiretamente, a percepção fatalista (tendo os homens de sua situação);
§  Percepção ingênua ou fatalista.
§  propõe aos homens de sua situação como problema;
§  percepção que é capaz de perceber-se;
§  porque se percebe, percebe a realidade; é capaz de objetiva-la;
§  realidade histórica
“O fatalismo cede, então, seu lugar ao ímpeto de transformação e de busca, de que os homens se sentem sujeitos.” (p.104)
“Esta busca do ser mais, porém, não pode realizar-se no isolamento, no individualismo, mas na comunhão, na solidariedade dos existentes, daí que seja impossível dar-se nas relações antagônicas entre opressores e oprimidos.” (p. 105)

Prática...
§  o fundamental é amenizar a situação;
§  mantendo, porém, as consciências imersas nela.
§  Enquanto quefazer humanista e libertador;
§  Importante: homens submetidos a dominação lutem por sua emancipação.
“Por isto é que esta educação em que educadores e educandos se fazem sujeitos do seu processo, superando o intelectualismo alienante, superando o autoritarismo do educador “bancário”, supera também a falsa consciência de mundo.”
O mundo, agora, já não é algo sobre que se fala com falsas palavras, mas o mediatizador dos sujeitos da educação, a incidência da ação transformadora dos homens, de que resulte a sua humanização.

Esta e´a razão por que a concepção problematizadora da educação não pode servir ao opressor.” (p. 105)

No processo revolucionário, a liderança não pode ser “bancária”, para depois deixar de sê-lo. (p. 106)