sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Educação em Pauta 03_Dante Moura

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Educação em Pauta 03_Dante Moura

https://www.youtube.com/watch?v=koJrMjk_Hpk
Ensino Médio Integrado: 
Inserido (dentro do saber escolar, e o saber fora da escola).
A questão da formação humana: está atrelada a uma concepção de sociedade
- a que existe e a que se deseja;
- está relacionada com o direito básico de todo cidadão.
Existe (para discutir formação humana, de educação)
- relação muito estreita entre educação - formação humana - e trabalho.
Leandro Konder
- toda sociedade consume, e para consumir é necessário produzir e para produzir se produz através do trabalho;
- Portanto, não existe sociedade sem trabalho
- sociedade existe, pq a sociedade presentes educam as sociedades futuras. 
Não existe sociedade sem educação e consequentemente não existe sociedade sem trabalho e sem educação.

Como deve entrar esta categoria trabalho nos processos de educação humana?
- como ela deve aparecer na formação humana escolar?
- como o trabalho vai aparecer, vai depender do poder hegemônico, de quem deter o poder hegemônico.

Na sociedade brasileira - a dimensão econômica é a mais importante.
- o que importa é que a economia vai bem;
- lógica: se a economia vai bem, pq tudo vai bem.
Outro tipo de sociedade, em que a centralidade em vez de estar na economia está no ser humano.
Para lógica hegemônica hoje:
- formar pessoas que vai se inserir no mercado de trabalho;

- para fazer com que este mercado funcione o melhor possível;
- mantendo o poder econômico a dimensão econômica como sendo a central.

Uma outra concepção

- pensar a concepção humana em outra lógica
- tendo a centralidade, não no mercado, mas nos sujeitos. Nos sujeitos e a sua relação com o conhecimento;
- tendo a centralidade não o capital, mas o trabalho;
- pensar na formação a partir desta lógica, não é desconsiderar a condição econômica;
- deslocá-la do papel de centralidade, para em seu lugar ter centralidade o ser humano.
- que tem que ser competente tecnicamente 

Vivemos na sociedade capitalista, na qual nós classe trabalhadora vivemos da venda de realizar trabalho, para que isto possa ser comprado - ou diretamente pelo capitalista ou pelo Estado - é necessário que se exista uma competência técnica. Essa competência, ela não pode ser questionada em momento nenhum. Mas ela sozinha não dá conta. Por que se eu formo um sujeito que sem que ele consiga compreender a sociedade em que está inserido, quais as relações de força que existe nesta sociedade. Ele vai ser um mero instrumento a serviço desta lógica que tem a centralidade da dimensão econômica.

Temos que formar um sujeito, pensando nesta relação e pensando no sujeito
- que ele tenha sim o domínio técnico
- mas que ele possa dominar tecnicamente, 
- e além disso conhecer os princípios fundamentais, os princípios gerais que orientam, que que estão na base de todo sistema de produção;
- precisa ter uma cultura, compreender esta cultura;
- e ter a capacidade de analisar criticamente a sociedade.
Para que ele possa escolher: 
* eu quero essa atuar de uma maneira que vai reforçar esta lógica,
* eu quero atuar de vai se contrapor a esta lógica hegemônica.

Marx
Rota dentro do processo educativo. Introduzir essa nova visão? Quais são as estratégias?
Questão vem discutindo a algum tempo, na sociedade brasileira. Há um grande embate na concepção de formação humana

Indo Marx: o que ele defende como formação humana
- Omnilateral: todas as dimensões do ser humano
Traduzimos no conceito de Politecnia (há divergências, mas os autores usam como sinônimo)

* intelectual: domínio de todos as ciências, não só as ciências naturais, como também as ciências humanas, a cultura e as artes
- que permite o ser humano compreender para além daquele conhecimento restrito do ambiente escolar
- compreender o mundo, compreender a sociedade em que ele está inserido.
- os conhecimentos dos princípios científicos e tecnológicos que estão na base de todo sistema de produção contemporânea
* tecnológica: 
* física (na realidade dele): como nós sabermos usar nosso corpo.

As 03 dimensões precisam estar presente de maneira integral nos processos de formação humano, e é o que chamamos de formação integral, politécnica ou omnilateral.
Escola: garantir o aceso deses conhecimentos, nas perspectivas que as pessoas possam se formar nessa maneira
Ao FORMAR desta maneira, o cidadão terá a capacidade de:
- além da competência técnica para se inserir no mundo de trabalho;
- se inserir na sociedade como todo, no mundo do trabalho, de maneira a poder compreender criticamente a sociedade em que ele está inserido
E a partir daí ele atuar numa concepção contra hegemônica ou hegemônica, se assim for o desejo dele. 

A verdade está dentro da instituição. Como dialogar com alguns conhecimentos do aluno?
Importante para o professor conhecer o sujeito que é seu aluno. E ele conhece o seu sujeito a partir da realidade que ele está inserido. E é dessa realidade que ele trás esse conhecimento de mundo.
Partir desse conhecimento popular, tácito, cotidiano que o aluno trás.
E é muito importante o professor compreender isso.
Agora, isso, não significa obrigatoriamente PARTIR DELE, esse conhecimento é o ponto de saída e o ponto de chegada.
Você pode partir dele e trazer esse conhecimento à luz do conhecimento científico que é o aceito num determinado momento.
Esse conflito pode produzir alteração naquele conhecimento científico que é a verdade atual. Ou, ou não.
Ex: Manga com leite faz mal... trazer para reflexão à luz da história.            (VER: Paulo Freire)
Você pode ter um determinado conhecimento, que é um conhecimento popular, do cotiano, que possa inclusive questionar o conhecimento científico 
O ponto de partida como conhecimento que o cidadão trás de sua realidade é fundamental.
Diversidade do Ensino Médio
LUTA
- Que sociedade a gente tem, que sociedade a gente deseja. Que sociedade a gente deseja construir?
Ligação imediada:
Projeto de educação que interessa aos sujeitos (a classe tralhadora) e que interessa ao capital
PROJTO DE EDUCAÇÃO AOS TRABALHADORES
- a luta formação humana integral, omnilateral, politécnica;
- igual para todos;
- na sociedade desigual brasileira:
* precisa ser construído por meio da luta e dos embates por meio do interesses do capital dos interesses do trabalho
* no atual estágio: esta luta está muito desigual em favor dos interesses do capital

ENSINO MÉDIO: fase crucial onde a contradição se exacerba mais.
- para aqueles que conseguem chegar - fase etária de 15 a 17 anos no ensino médio, essa é uma fase de transição do sujeito da adolescência para fase adulta
- fase adulta: fase em essencialmente em que o sujeito é  trabalhador, pq ele é responsável em produzir sua própria existência por meio do trabalho;
Ensino Médio é uma fase crucial
Para que serve o Ensino Médio? Serve para trabalhar ou serve para trabalhar para o ir para o mercado de trabalho? Serve para quê?

No conceito da formação humana integral
Ensino Médio:
- nem é destinado para preparar as pessoas para ir ao ensino superior apenas
- nem é destina apenas para formar pessoas para o mercado de trabalho

Ensino Médio Integra (na perspectiva da formação integral): 
- INCLUI essas duas dimensões, mas não se resume a elas;
- tem a questão da participação política, cultural, social de maneira geral,
- há também a econômica;
- e também a continuidade de estudos.
Mas, não se vincula a nenhuma delas duas especificamente. Nem a uma, nem a outra especificamente.

O que temos hoje no Brasil?
- completamente diferente disso...;
- facilmente, categorizaremos 5 tipos de EM
* subdividem, pq a escola privada não é unica: 1ª linha x bolsos de 1ª linhas
* vinculados a  uma determinada posição que na hierarquia social

* 10% EM Escola Privada
- sentido principal: preparar para ir para o ensino superior;
- preferencialmente preparar, treinar, capacitar este estudantes, para que eles consigam ser aprovados dos cursos mais concorridos das melhores universidades públicas (êxito fundamental da iniciativa privada);
- quem tá lá, ocupa um determinado grupo que ocupa uma determinada  
- escola privada não é única, ela também é hierarquizada. 

90% EM PUBLICO
*  ENSINO MÉDIO PROPEDÊUTICO
- 03 anos - absoluta maioria da população, das classes populares fazem;
- que nem prepara para as atividades complexas do mundo do trabalho
- infelizmente, pelas condições materiais complexas que não existem, que faltam não conseguem que preparam para o ensino superior

*ENSINO MÉDIO NA MODALIDADE DE JOVENS E ADULTOS


ENSINO MÉDIO NOTURNO
- em geral, tem uma condição mais difícil do que faz
-
Cada grupo deste uma determinada posição


ENSINO MÉDIO INTEGRADO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA
- maior mescla, a maior mistura
- onde esta a possibilidade de ter classes diferentes, tendo classes

* PRONATEC (EM e formação inicial e continuada)
- programa do governo que visa 
- transferi recursos para iniciativa privada, comprovando vagas na iniciativa privada, para que este estudante que tá fazendo EM na rede pública, faça um ET na rede privada nas redes estaduais, que faz o EM propedêutico, faça o curso Técnico na rede privada
PROBLEMA:


1º) desresponsabilizando os Estados de constituir suas redes para ofertar a EP;
Estados: não tem quadro de professores para EP
*não tem com oferecer EM Integrado de uma maneira séria, sem ter quadro de prof da EP.

2º) Delegando a iniciativa privada (maior oferta entidades sistema S) que são de propriedade dos grande capital nacional (confederação da indústria, comércio, da agriculta, etc)
* estão recebendo dinheiro, e junto com o dinheiro o direito o PODER de decidir qual é a concepção humana que eles vão proporcionar aos seus trabalhadores
E qual é a concepção de formação humana que o capital vai querer proporcionar aos seus trabalhadores?
- aquela da informação integral que permita ao sujeito compreender criticamente a realidade onde está inserido e poder atuar na concepção contra-hegemônica, ou;
- aquela voltada para atender aos interesses para o mercado de trabalho?

A Grande preocupação e que essa escola é extremamente desigual e a lógica para a grande maioria, ela é pobre para seus conteúdos...
e termina formando pessoas que não tem a capacidade de compreender e até essa dimensão técnica ela é prejudicada.






Educação em Pauta 03_Dante Moura

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Ensino Médio Integrado: 
A questão da formação humana: está atrelada a uma concepção de sociedade
- a que existe e a que se deseja;
-
- rela~ção muito estreita entre educação, formação humana - e trabalho.

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Ensino Médio Integrado: 

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segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

A Formação de Docentes para a Educação Profissional e Tecnológica

A Formação de Docentes para a Educação Profissional e Tecnológica

Dante Henrique Moura
EM ELABORAÇÃO...
1. Uma aproximação à problemática
Formação dos Docentes das instituições de educação profissional e tecnológica (EPT)
- iniciando pela reflexão do modelo de desenvolvimento socioeconômico do país e o papel da EPT diante deste modelo.

2 questões
- formação de professores para que sociedade?
- Formação de professores para que a educação profissional e tecnológica?

Idéia central é contribuir para o estabelecimento de um debate teórico-prático em torno da temática, a fim de que se construa uma solução duradoura e coerente com as verdadeiras necessidades da EPT e da sociedade brasileira.

2. Alguns aspectos que limitam o horizonte da discussão
refletir: sobre alguns elementos que estabelecem limites à atual discussão acerda da EPT como um todo e, em consequência, sobre a formação dos professores que atuam ou atuarão nessa esfera educacional.

1º) a fala de uma clareza maior sobre o modelo de desenvolvimento econômico do país.
modelo vigente: produto de dependência econômica externa histórica

- submissão dos indicadores econômicos, aos organismos internacionais de financiamento e aos investidores internacionais, principalmente os de curto prazo (na prática, especuladores).
(p. 26)
Apesar dessa dura realidade, existe outro tipo de sociedade que pode ser buscada. Uma sociedade que tenha o ser humano e suas relações com a natureza, por meio do trabalho, como centro e na qual a ciência e a tecnologia estejam submetidas a uma racionalidade ética ao invés de estarem, quase exclusivamente, a serviço do mercado e do fortalecimento dos indicadores econômicos. 

Nessa sociedade, a pesquisa em geral e a aplicada, em particular, também pode estar voltada para a busca de soluções aos problemas comunitários, notadamente das classes populares. Nessa sociedade, o ser humano deve ser concebido de forma integral, “o qual, no confronto com outros sujeitos, afirma a sua identidade social e política, e reconhece a identidade de seus semelhantes” (CEFET/RN, 1999, p. 47). Essa concepção de ser humano resulta em pensar um “eu” socialmente competente, um sujeito político, um cidadão

Esta concepção de homem é radicalmente diferente da requerida pela lógica da globalização econômica, de forma que os processos educativos estruturados a partir desse referencial deverão contribuir para a formação de cidadãos emancipados capazes de participar politica mente como sujeitos nas esferas pública e privada, em função de transformações que apontem na direção de melhorias coletivas e, portanto, de uma sociedade justa.

Entretanto, a opção por esse modelo alternativo de desenvolvimento socioeconômico não foi assumida, o que também contribui para outro fator limitante na discussão acerca do futuro da sociedade brasileira: a fragmentação das discussões dos grandes temas da agenda nacional.
(p. 26 - 27)
Essas são limitações próprias de uma sociedade contraditória, fortemente marcada por uma cultura escravocrata. Nela, a educação ao longo do tempo teve um caráter dual, ou seja, uma educação de caráter acadêmico/academicista, centrada nas ciências, nas letras e nas artes, proporcionada às elites e aos seus filhos, e uma educação dirigida à formação profissional de caráter instrumental para o trabalho de baixa complexidade, destinada aos filhos da classe trabalhadora.
(p. 27)
3. Instituições de educação profissional e tecnológica socialmente produtivas: a busca de um sentido para essa expressão
estamos construindo um modelo de EPT que deve ser coerente com que modelo de desenvolvimento socioeconômico?
Apesar da indefinição já mencionada, discutiremos uma proposta que busca coerência com uma perspectiva de desenvolvimento socioeconômico voltado para a construção de uma sociedade justa, na expectativa de que essa sociedade vá sendo construída gradativamente e que a educação contribua para isso.

VÁRIOS DESAFIOS EPT:  para cumprir a função que lhes demanda a sociedade.
- mais estrutural deles consiste em encontrar uma adequada equação para o seu financiamento (MOURA, 2004a)4 . Além desse, outros aspectos também merecem destaque.
(P. 28)
1) DISCREPÂNCIA DE OPORTUNIDADES;  nível de escolarização e conhecimentos, experiências profissionais, origem socioeconômica, faixa etária etc. de seus distintos grupos destinatários atuais e/ou potenciais.
2) DEMANDA SOCIAL EM GERAL  e do mundo do trabalho por profissionais cada vez mais capazes de gerar soluções e estratégias para enfrentar novos problemas ou antecipar-se a eles.
Ou seja, o mundo do trabalho demanda por indivíduos autônomos que possam atuar em um ambiente de geração do conhecimento e, também, de transferência a outros contextos em constante transformação. Entretanto, é necessário que esses profissionais ultrapassem esses limites e, ao alcançarem uma verdadeira autonomia, possam atuar na perspectiva da transformação social orientada ao atendimento dos interesses e necessidades das classes trabalhadoras.

DESAFIO: diz respeito à responsabilidade social do campo da educação profissional com os sujeitos formados em todas as suas ofertas educativas e com a sociedade em geral.
- Refere-se, assim, ao poder da EPT de contribuir com o aumento da capacidade de (re)inserção social, laboral e política dos seus formandos; com a extensão de ofertas que contribuam à formação integral dos coletivos que procuram a escola pública de EPT para que esses sujeitos possam atuar, de forma competente e ética, como agentes de mudanças orientadas à satisfação das necessidades coletivas, notadamente as das classes trabalhadoras (MOURA, 2000; FREIRE, 1986; 2000a e b; 2001).

CLAREZA SOBRE O PAPEL DA EDUCAÇÃO: suas possibilidades e limitações.
- postura crítica em relação aos discursos sobre a educação para o desenvolvimento, os quais se fundamentam na teoria do capital humano.
DISCURSOS expressam a "idéia – quase um lugar-comum – que a educação está linearmente vinculada ao desenvolvimento econômico, ou seja, se há alto nível educacional, há mais desenvolvimento econômico. Dito de outra forma, a educação é responsável pelo desenvolvimento econômico. Se esta relação fosse verdadeira, a educação seria responsável pelo desemprego estrutural do primeiro mundo e pela miséria do terceiro. " (p. 28)
- essa não é uma afirmação correta

PAPEL DA EDUCAÇÃO:  é muito importante, mas não se lhe pode atribuir um poder inexistente (MOURA, 2004), pois a atuação isolada dessa esfera não tem o poder de resolver os grandes problemas socioeconômicos do planeta (FRIGOTTO, 1999).
-
Entretanto, para que desde o âmbito educativo se contribua para a construção de mudanças significativas no modelo socioeconômico vigente, é urgente, dentre outros aspectos, abandonar o enfoque que atribui os insucessos educacionais, exclusivamente, às reformas e contra-reformas e seus efeitos como rigidez da legislação, instabilidade nas políticas e crise econômica nos investimentos na educação, pois aos centros educacionais em geral e aos educadores e educadoras, em particular, ainda lhes resta o controle de importantes condições internas do processo ensino-aprendizagem. Condições sólidas, que repercutem diretamente sobre elementos como método, avaliação, conteúdo, qualidade dos processos e dos resultados (CABELLO, 1998).
(P. 29)
RESPOSTAS AOS DESAFIOS: na perspectiva defendida neste trabalho é necessário aproximar mais a ação de cada instituição de EPT do seu respectivo entorno para que possam penetrar mais na realidade social, econômica e laboral onde estão imersas e, dessa forma, contribuir para a sua transformação na direção anteriormente delineada.

APROXIMAÇÃO AO ENTORNO: contribui para estabelecimento do DIÁLOGO SOCIAL
- tem que participar, "[...] além das próprias instituições, distintos pontos de vista como o da sociologia, das ciências da educação, da psicologia, da economia, da organização empresarial, dos sindicatos de empregados e empregadores, além de outros sujeitos que integram a sociedade civil.
DIÁLOGO permite: [...] essas instituições compreendam mais profundamente a realidade socioeconômica onde estão imersas e, dessa forma, além de atender às demandas e necessidades existentes de forma mais visível, possam antecipar-se a elas e potencializar processos voltados para a transformação da realidade vigente na direção já delineada.

Desse modo, haverá alguma possibilidade de êxito, mas sem sua consolidação, seguramente, manter-se-á a realidade vigente, na qual os interesses dos sujeitos que detêm o poder econômico prevalecem sobre os demais.
(p. 29)
Por outro lado, é imperioso que as fontes de financiamento das instituições de educação profissional vinculadas aos sistemas federal, estaduais e municipais sejam ampliadas através da constituição de um fundo específico para esse fim6 . Além disso, é necessário buscar colaborações com outros ministérios, com os estados, com os municípios, com outros poderes e esferas públicas, desde que essas interações tenham como nor
(p. 30)


4. A formação de docentes para a EPT

Nesse sentido, para afrontar a realidade vigente na direção apontada, os professores, técnico-administrativos e dirigentes das instituições de EPT, principais sujeitos envolvidos juntamente com os estudantes, necessitam ser muito bem formados e qualificados profissionalmente.
FORMAÇÃO e a CAPACITAÇÃO: [...] ir além da aquisição de técnicas didáticas de transmissão de conteúdos para os professores e de técnicas de gestão para os dirigentes. Evidentemente, esses aspectos continuarão sendo importantes, mas o objetivo macro é mais ambicioso e deve privilegiar a formação no âmbito das políticas públicas do país, principalmente as educacionais, numa perspectiva de superação do modelo de desenvolvimento socioeconômico vigente, de modo que se deve priorizar mais o ser humano do que, simplesmente, as relações de mercado e o fortalecimento da economia.
- consolidação de práticas profissionais que ultrapassem os limites da educação bancária (FREIRE, 1980;1986)
PROFESSOR: [...] deve assumir outra atitude, forjada a partir de outro tipo de formação, que deve ser crítica, reflexiva e orientada pela responsabilidade social. Nessa perspectiva, o docente deixa de ser um transmissor de conteúdos acríticos e definidos por especialistas externos para assumir uma atitude problematizadora e mediadora do processo ensino-aprendizagem sem, no entanto, perder sua autoridade nem, tampouco, a responsabilidade com a competência técnica dentro de sua área do conhecimento (FREIRE, 1996).
DOCENTES e equipes DIRIGENTE: fazer esforços em três direções:
- a formação daqueles profissionais que já estão em exercício
- os que estão em processo de formação e
- os que se formarão no futuro.
(p. 31)
2 GRANDES EIXOS da eixos da formação dos docentes da EPT.
1º) está relacionado com a área de conhecimento específica, adquirida na graduação, cujo aprofundamento é estratégico e deve ocorrer por meio dos programas de pós-graduação, principalmente stricto sensu, oferecidos pelas instituições de educação superior nacionais e estrangeiras. Além disso, é fundamental que essa formação não ocorra unicamente por iniciativa do próprio profissional, mas que seja impulsionada também pelas necessidades institucionais. 

2º) refere-se à formação didático-políticopedagógica e às especificidades das áreas de formação profissional que compõem a esfera da EPT. É sobre essa vertente que vamos aprofundar nossa discussão. A formação pedagógica de docentes para a educação profissional não é novidade7 , embora as tentativas anteriores não tenham resultado em sistemas duradouros.

QUESTÃO: ultrapassa os limites da educação profissional e tecnológica e avança na formação de professores para as carreiras universitárias como engenharia, arquitetura, medicina, direito e demais cursos superiores fora do âmbito das licenciaturas.
- Acontece que tanto a educação chamada profissional como os cursos superiores formam profissionais que são formados por profissionais que atuam como professores, embora, na maioria das vezes, não tenham formação específica para esse fim.
PROBLEMA estrutural do sistema educacional e da própria sociedade brasileira, pois, enquanto para exercer a medicina ou qualquer outra profissão liberal é necessária a correspondente formação profissional, para exercer o magistério, principalmente, o superior ou a denominada educação profissional, não há muito rigor na exigência de formação na correspondente profissão – a de professor.
existe um conjunto de saberes inerentes à profissão docente que a justifiquem como tal?
SIM: por que, então, existe uma grande liberalidade no mundo do trabalho e na sociedade em geral no sentido de que outros profissionais que não têm a formação docente atuem como tal?
RESPOSTA: apesar de existir um conjunto de saberes próprios da profissão docente (VEIGA, 2002), essa não tem reconhecimento social e do mundo do trabalho compatível com sua importância para a sociedade, por isso não há esse rigor.

3 SITUAÇÕES DISTINTAS: quanto aos grupos aos quais se destina essa formação.
1º) os profissionais não graduados que já atuam na EPT.
2º) os graduados que já atuam como docentes da EPT, mas não têm formação específica nessa esfera educacional; e os futuros profissionais que já estão em formação superior inicial. 
3º) futuros profissionais que ainda começarão a formação superior inicial.

1)  a maior incidência é nas instituições privadas, incluindo o Sistema “S” e as ONGs. É fundamental que se busque uma melhor formação profissional desses docentes tanto na perspectiva dos conhecimentos específicos da área profissional em que atuam como no que se refere à formação didático-político-pedagógica e, sempre que possível, conjugar o atendimento às duas necessidades em um único processo formativo.
- De tal modo, é necessário que essas organizações façam um esforço no sentido de buscar cooperaçõescom agências formadoras
- PARA QUE OCORRA faz-se necessário que o poder público crie e implemente um sistema de regulação nessa esfera enquanto não alcançamos um modelo de sociedade em que a educação em todos os níveis, formas e modalidades seja efetivamente um direito de todos e oferecida de forma pública, gratuita, laica e com qualidade.

Essa regulação é uma questão fundamental, pois a maioria da oferta da educação profissional tanto nos cursos técnicos como na formação inicial e continuada está na iniciativa privada9 sem que exista o mínimo controle sobre a sua qualidade. Na verdade, os sujeitos que buscam nessas ofertas alguma possibilidade de melhoria de suas condições de inserção socioeconômica – muitas vezes de forma quase desesperada – costumam ser “enganados” ao “comprar” um produto (formação profissional) que supostamente lhes daria certa garantia de acesso ao mundo do trabalho, algo que, com freqüência, acaba por não acontecer. Essa é apenas uma das manifestações facilmente identificáveis que corre em uma sociedade que submete direitos sociais à lógica de mercado

2º), mas não têm formação específica nessa esfera educacional e os futuros profissionais que já estão em formação superior inicial –, há que se adotar estratégias de curto prazo, mas que não continuem sendo apenas provisórias, emergenciais ou especiais, caracterizadas pela transitoriedade e precariedade que vem marcando a formação de professores para a EPT ao longo de nossa história. Atualmente, essa perspectiva emergencial está materializada na Resolução nº 02/97-CNE/CP
é necessário, inicialmente, conhecê-los.
- Assim, constata-se que a maioria deles se encontra nos sistemas/redes públicas dos estados, dos municípios e da União.
- Uma parte tem graduação específica na área profissional em que atuam. São engenheiros, arquitetos, contadores, administradores e outros bacharéis que exercem a docência sem ter formação para tal.
Outra parte tem licenciatura voltada para as disciplinas da educação básica, portanto, estão formados para o exercício da docência nesse âmbito, ou seja, para atuar no ensino de matemática, química, geografia, história etc. para estudantes do ensino fundamental ou médio, o que é diferente de atuar, mesmo nessas disciplinas, em cursos cujo fim é a formação profissional. Nesse caso, é fundamental que o docente tenha uma formação específica que lhe aproxime da problemática das relações entre educação e trabalho e do vasto campo da educação profissional e, em particular, da área do curso no qual ele está lecionando ou vai lecionar no sentido de estabelecer as conexões entre essas disciplinas e a formação profissional específica, contribuindo para a diminuição da fragmentação do currículo.

02 POSSIBILIDADES: cursos de licenciatura voltados para a educação profissional e pós-graduação lato e stricto sensu. Em seguida, vamos analisar as potencialidades e limitações de cada uma delas.

LICENCIATURAS: pareça-nos a solução com maior possibilidade de ser definitiva e duradoura para aqueles que ainda não são graduados, no caso específico dos sujeitos graduados e que já estão nos sistemas/redes públicas, algumas nuances precisam ser consideradas.
- A nosso ver, é muito importante considerar as necessidades e expectativas desses sujeitos e dos sistemas de ensino.

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU:
- precisa ter características diferenciadas dos cursos de especialização correntes no país a fim de que possam cumprir a função a que se destinam.
- É necessário que a carga horária ultrapasse bastante o limite mínimo de 360 horas.
- É igualmente importante que se incluam estágios de prática docente e de observação e/ou prática no mundo do trabalho na área profissional em que o docente atua ou atuará após concluir a respectiva formação.

Diante desse quadro, constata-se a necessidade de que esse tipo de pós-graduação lato sensu seja objeto de regulamentação do Conselho Nacional de Educação, inclusive, para que possa ser validada também como licença para o exercício da docência na EPT.

Em princípio, a primeira possibilidade que nos vem à mente é, novamente, a oferta de licenciatura específica para a EPT, entretanto, igualmente ao caso anterior, é necessário aprofundar a análise sobre a viabilidade dessa alternativa no momento atual. 
Em primeiro lugar, não parece haver uma materialidade na sociedade brasileira que leve um jovem que concluiu (ou está concluindo) o ensino médio de caráter propedêutico e que está preparando-se para ingressar no ensino superior a vislumbrar como itinerário de formação em nível superior a docência voltada para a EPT.

Vários elementos se fortalecem mutuamente para dificultar que esses jovens possam vislumbrar tal itinerário hoje em dia. Um deles é a falta de oferta de educação profissional de forma consolidada e significativa na maioria dos sistemas públicos de ensino, fazendo com que sejam muito poucos os docentes que atuam nessa esfera11. Desse modo, os jovens conhecem professores das disciplinas da educação básica em função, inclusive, da própria escola que freqüentam, mas não conhecem, não têm contato e não têm informação sobre a profissão de docente da EPT.

Da mesma forma, a escola básica brasileira é segmentada, é dual historicamente, de forma que separa educação de trabalho. Assim, os currículos da educação básica, majoritariamente, não abordam as questões relativas ao trabalho e ao mundo do trabalho. E quando o fazem, o foco não está nas relações existentes entre o trabalho e a educação, mas, principalmente, na iniciativa privada, nas características relacionadas com o saber fazer das profissões, especialmente aquelas que gozam de maior reconhecimento perante a sociedade. Essa situação foi agravada no final dos anos 1990 e início deste século, quando teve vigência o Decreto nº 2.208/1997, que estabelecia a separação obrigatória entre a educação básica e a educação profissional.

"Nesse contexto, no momento atual, é difícil imaginar que um jovem que concluiu o ensino médio sem ter nenhuma ou muito pouca aproximação aos conhecimentos e à realidade do mundo do trabalho e, na maioria dos casos, sem nenhum conhecimento acerca dos conteúdos próprios de uma ou mais áreas profissionais que conformam o campo da EPT, possa, por meio de uma licenciatura, (trans)formar-se em professor dessa esfera educacional." (P. 34)

Ressaltamos ainda que os professores que ingressam nas licenciaturas dirigidas à educação básica passam grande parte de suas vidas escolares anteriores ao ingresso na educação superior em pleno contato com a disciplina/campo de conhecimento que será objeto da futura licença para o exercício da função docente.

A técnica da escrita científica

A técnica da escrita científica

Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbef/v37n2/0102-4744-rbef-37-02-2201.pdf. Acesso em 03 dez. 2018.

Osvaldo N. Oliveira Jr.
Instituto de Física de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, SP, Brasil

Cientistas precisam se comunicar com a sociedade
artigos científicos = mais difíceis de produzir
- precisão da informação X tornar o texto acessível a um público não especializado.

A ESCRITA de um artigo científico deve obedecer critérios
- método científico, 
- publicação justificável = se houver contribuições relevantes. 

ARTIGO:
[...] Ou seja, o artigo deve ser resultado de um trabalho de pesquisa sistemático, criteriosamente planejado para resolver problemas científico-tecnológicos que tragam avanços significativos ao campo de pesquisa. O conhecimento da literatura e o domínio da metodologia apropriada s˜ao essenciais para atingir tal objetivo. (p. 01)

Um artigo científico deve conter:
- novas ideias, 
- conceitos, 
- interpretações,
- modelos teóricos,
 e não apenas um relato de resultados. 

O estudo e a aprendizagem da escrita científica são hoje baseados numa área denominada linguística de corpus, em que fenômenos linguísticos são estudados a partir da análise de grande volume de textos. 
[...] Um corpus é uma coleção de textos – falados ou escritos – organizados ou indexados para um propósito específico. São exemplos os corpus com textos traduzidos de uma língua para outra usados no desenvolvimento de tradutores automáticos. 
O texto científico é altamente estereotipado, e um artigo tem uma estrutura praticamente fixa. Deve conter as seguintes seções: 
1) Título,
2) Resumo,
3) Introdução, 
4) Materiais e Métodos, 
5) Resultados, 
6) Discussão, 
7) Conclusão, 
8) Agradecimentos e 
9) Referências,
FLUXO de texto num ARTIGO CIENTÍFICO = a um movimento bem definido. 

INTRODUÇÃO: começa do tema mais geral, e afunila para mencionar a contribuiçãao do artigo, num movimento do geral para o específico.
CONCLUSÃO: contrário, movimento oposto, iniciando-se com o retomar dos principais resultados do artigo e terminar com as implicações das contribuições para uma área mais geral ou mesmo para a sociedade, dependendo do tipo de trabalho.
RESUMO = componente mais importante (em muitas bases de dados cientíıficas, apenas o título e resumos são fornecidos).
Resumo DEVE trazer:
- a s´ıntese das ideias e concepções inovadoras do trabalho. 
2 ESTILOS principais de resumo: os descritivos e os informativos. 

para RESULTADOS ORIGINAIS = obrigatoriamente INFORMATIVO

CONTER: as principais contribuições do trabalho.
Estrutura = relativamente fixa, tendo como componentes: Contextualização, Lacuna, Propósito, Metodologia, Resultados e Discussão, e Conclusão e Perspectivas. 
Qdo a revista limita o tamanho do Resumo =  eliminados os 2 (contextualização e lacuna), 
Inicia-se com o Propósito.
CONTEXTUALIZAÇÃO = tópico geral de que trata o artigo
LACUNA: limitações ou restrições da área, que será preenchida com o trabalho 
PROPÓSITO: vem logo a seguir (obrigatório),  informa os objetivos principais; 
METODOLOGIA: os meios para atingir esses objetivos (Podendo incluir procedimentos experimentais, análises teóricas ou estatísticas.
RESULTADOS: principais  contribuições do trabalho devem estar contidas no componente DISCUSSÕES: dados quantitativos se for o caso, e com a interpretação dos resultados mais relevantes. 
[...] Ressalte-se que o resumo, assim como o artigo científico, deve ter o material organizado de forma lógica, privilegiando a transforma¸c˜ao dos resultados em ideias e conceitos. A ordem lógica pode n˜ao coincidir com a cronológica em que a pesquisa foi realizada. [...]
CONCLUSÕES e PERSPECTIVAS: encerra o resumo, colocando-se as principais contribuições do artigo no contexto mais abrangente do tópico de pesquisa e apontando-se suas implicações.

RESUMOS DESCRITIVOS

- sumarizar o conteúdo de livros, capítulos de livros e artigos de revisão da literatura, pois nestes casos as contribuições mais relevantes podem não ser originais ou mesmo estar contidas em trabalhos de outros autores, discutidos no texto. O resumo tem o papel de descrever como o tópico em questão ser´a abordado.
Para os resumos descritivos, a estrutura é menos fixa do que nos informativos, mas o leitor precisa ser informado de que se trata de revisão da literatura ou dissertação sobre determinado assunto.

TEXTO DO ARTIGO
- buscar concisão e precisão na informação
PRECISÃO: [...] essencial, pois muitos termos têm significados específicos em física (ou em ciência), que podem diferir de seu uso corriqueiro. Por exemplo, a palavra “interferência” ´e muito empregada em linguagem coloquial para uma diversidade de situações. Mas em física tem significado específico, no fenômeno de interferência de ondas. A busca por concisão, por outro lado, deve ser incansável, especialmente porque autores tendem a exagerar no uso de clichês e em palavras desnecessárias.
Recomendações PARA GANHAR concisão:
-  reduzir ao mínimo o número de adjetivos e advérbios, (evitar os que não trazem precisão)
[...] Em física, palavras como grande, pequeno, amplamente, extensamente, extremamente n˜ao contribuem para transmitir informação precisa. O mesmo se aplica a expressões como sendo assim, quase sempre dispensável.

"Como se pode depreender, os conceitos relevantes da escrita científica são independentes da língua em que o artigo é escrito. [...] A proposito, a influencia da língua materna é uma das maiores limitações para a escrita de qualidade numa língua estrangeira. Não é incomum que um aprendiz, conhecedor do vocabulário e gramática de uma segunda língua, escreva sentenças gramaticalmente corretas que soam estranhas para um nativo da língua."

POSSÍVEL SOLUÇÃO para esta dificuldade em escrever textos com o padrão próximo daquele produzido por escritores nativos e experientes também pode ser encontrada na linguística de corpus. -- estratégia, delineada detalhadamente num livro recente [2]
- que consiste em aprender por exemplos a partir de um corpus montado pelo próprio aprendiz.
- Inclui treinamento intensivo com leitura de textos científicos em inglês, publicados preferencialmente por nativos da língua, 
- e anotação da função de expressões e sentenças
"[...] Para montar o corpus, o pesquisador deve ler cuidadosamente grande quantidade de textos, e anotar como expressões transmitem conceitos e ideias. De fato, ´e correta a percepção de que para escrever bem ´e preciso ler muito. Porém, não se trata de leitura qualquer; deve ser sistemática e meticulosa, concentrando-se mais na forma do que no conteúdo do texto."

ESTUDO SISTEMÁTICO:
- facilitado se os textos compilados para o corpus forem classificados de acordo com as seções e componentes de um artigo, 
- se forem anotadas as funções retóricas das expressões.
 E útil para qualquer escritor em língua estrangeira saber executar funções retóricas como “descrever”, “contrastar”, “definir”, “concluir”, etc, para que possa se expressar com a mesma proficiência que o faz na língua materna. Mencione-se que esse trabalho de identifica¸c˜ao de subcomponentes e funções já constitui ótimo exercício de aprendizado em escrita científica, independentemente da língua."

"A estratégia inspirada em linguística de corpus só é bem sucedida se o aprendiz já tiver um conhecimento mínimo de inglês, pois caso contrário não será capaz de identificar as expressões e funções relevantes. Além disso, a tarefa de aprender escrita científica em inglês, a partir de um corpus que precisa ser construído, n˜ao ´e simples e nem rápida. Exige dedicação e tempo, pois não ha formulas magicas para aprender escrita científica com pouco esforço como também não as ha para aprender física." 

Revista Brasileira de Ensino de F´ısica, v. 37, n. 2, 2201 (2015) 
www.sbfisica.org.br 
DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1806-11173720001 

Carta ao Editor 

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Direita para o Social e Esquerda para o Capitalismo


Direito para o social e Esquerda para o Capital
Entrevistador: Paulo Passarinho (Ancora)
Entrevistada Lucia Maria Vanderley Neves

Lucia Maria é Membro: linha de pesquisa que discute Educação e Hegemonia 
(o livro resultou de um trabalho coletivo, de um grupo de educadores)
Linha 1. Educação Escolar (a educação na escola)
Linha 2. Educação Política (os processos de dominação de classe no país, por meio de uma hegemonia no país).

... em construção 

A Nova Pedagogia da Hegemonia (NPH): procura responder, queriam saber que nos anos 80, o Brasil estava em ebulição e nos anos 90 acabou.

O que é hegemonia: a dominação de classe se faz pela força e pelo convencimento. Adocicando a boca do cidadão, ou pela educação.
3 aparelhos privados de hegemonia (mas, não só): são importantes na veiculação dessa nova hegemonia, nesta forma, implementação de uma nova Pedagogia da hegemonia.
- igreja;                                                                                                      
- escola;
- Mídia.
Formas de coerção e convencimento vão mudando ao longo do tempo. Até anos 80, a forma de convencimento se dava a partir de ações de capitação na burocracia estatal.
Nova forma de convencimento é pela sociedade. Hoje você convence as pessoas a partir da organização da sociedade.
Não se faz, mais só fazendo a pessoa integrar a burocracia. Mas, o que é nova, é a criação de espaços para a dominação, onde as crianças se sentem participante quando são em grande parte
80000 faz fio são: fundações, institutos empresariais, que na cidade espalham a visão de estudo de mundo.
O que é sociedade – o que é esse social: sociedade urbanizadas e mais complexas, elas são organizadas através de casamatas, que ampliam para o conjunto da sociedade do mundo dominante.
A faz fio são a nova forma de fazer político.
Antes tinha o estado de bem estar
Nova pedagogia: uma sociedade de bem estar.
380 000 fazendo o trabalho de convencimento às pessoas é muito.
Gramsci: a contra hegemonia necessariamente é uma questão de oposição. Luta de Classes e vem
A sociedade civil é uma instancia do estado ampliado; ela é uma arena de luta de classes.
A classe faz-se. O conflito e inerente a sociedade de classe.
Agora no Brasil nós não temos uma contra hegemonia (L)
Inflexição Política Ideológica (?)

Não começa com o governo PT, essa NH começa com o 1º governo Clintom (governo social democrata). NO Brasil, com próprio Fernando Henrique Cardoso (sociais liberais). Um projeto social democrata que concilia mercada com justiça social (1º Mãos a Obra; 2º Avança Brasil).
Ruth Cardoso: antropóloga que implantava esse novo modelo de sociedade de bem estar: junta mercado com justiça social. Governo Lula mantem e aprofunda.
Livro:
Um estudo de toda a trajetória do PT e mudanças de suas posições (estrela branca, paz e amor).
“Todos querem democratizar a democracia”
1998: PT mais palatário
As duas forças: direita e esquerdo, que no Brasil são antagônicas, elas eram complementárias.
Direito para o social e Esquerda para o Capital: querem a mesma coisa que o capital quer:
- reduzir a pobreza;
- buscar a qualquer preço a paz social.

O que vem a ser essa Nova Pedagogia da Hegemonia:
Nós discutimos um projeto político, quando ele é gestado, quando ele se desenvolve.
Política não pode ser feita sem vê-la num processo histórico.
Ruth teve um papel importante em implementar este papel de
Bresser Pereira: esteve nas reuniões da governança progressista, movimento de direito.
Para implantar um modelo de estado que nós temos hoje: a sociedade de bem estar.
- privatização das empresas estatais;
- transpor os campos sociais, as políticas sócias, não em do estado;
- atividades exclusivas do Estado;
- entender, as figuras no judiciário que se autonomizam no governo (atividade
- núcleo estratégicos (ministérios, que estão no governo).
Foco: conseguir a paz social, apassivando os movimentos sociais.
Pedagogia da Hegemonia: uma forma de dominação de classe para apassivar os movimentos sócias.
Num país tão desigual, tão desiquilibrado (como Brasil). Um país de periferia é possível a paz?
Um país tem a base material, enquanto a base material está se satisfazendo ela vai fincando a paz. As açpes governamentais de alivio a pobreza, tem ações muito forte de convencimento, mas tem uma coisa chamada realidade, mas de repente uma crise, é possível que os homens se organizem para questionar.
Eu acho que estamos começando um movimento de alerta, mas não se expressou nas eleições. Tivemos uma proposta de alternativa, mas a maioria esmagadora dos votos foi para os partidos que expressam este modelo.
O povo está na rua, mas não está um projeto antagônico.
É possível que a realidade atual, com as crises atuais, aceno do crédito fácil, tudo isso pode acontecer das pessoas quererem pensar de outra forma. Boa Grasmisciana...
Hoje tudo que se faz na área educacional é avaliado, nível internacional (Pisa) e também no Brasil. Os instrumentos de avaliação não inclui história, a ciências sócias não são avaliadas.
Como vc vai adquirir uma consciência se você não conhece a história.
Faça sua parte. O mundo vai melhor se você fizer sua parte = principal
É o poder muito forte, mediado de formar uma mentalidade nos jovens e alunos. E não organize-se para se contrapor (não é conciliar).
Pedagogia na área educacional = escolas como aparelhos importante
1.       Os rumos tomados pela educação brasileira
Mercado do conhecimento e conhecimento para o mercado: analisa a reforma da educação superior. Na época concentrou a discussão na questão de cotas, desviou-se na questão central que era acabar com o modelo de educação superior central na universidade, para uma educação terciária, tudo que for depois da educação básica é educação superior (?).
·         Faculdades, centros e universidades. Só a universidade tem o modelo de ensino, pesquisa e extensão.
2.        
 A luta do movimento educacional se concentrou em mais verbas. Mas, chegamos em um ponto que não é mais verbas. Mesmo que não concorde com as avaliações, a educação brasileira não está formando seres que pensem criticamente. Veio se no neoliberalismo brasileiro.
Ampliou-se a educação básica, mas a que preço? A que qualidade?
2007: slogan muda e vai ser Todos Pela Educação (direção do empresariado brasileiro).
Movimento dos empresários e educação básica: empresariado brasileiro fez um grande movimento, compromissos todos pela educação, estiverem presente os ministros da educação FHC e 1 Lula. Assinaram Plano Compromisso Todos pela educação. O empresário brasileiro também se preocupam pela educação, mas seremos que nós mesmos queremos isso?
E: Pq razão tantos empresários questionam
Numa sociedade capitalistas os empresários vão querer uma educação de acordo com seus interesses
E os trabalhadores também tem seus desejos.
Empresários: aumento da produtividade e da força de trabalho; seres humanos que se acomodem com a realidade atual, e que achem muito boa;
Mas, será que é isso que nós queremos? Se ficarmos nas metas quantitativos: melhores condições de trabalhos, mais verbas para a educação.
Nós queremos seres humanos capazes, de decidir o ritmo de sua     (onmilateralidade). Para entender e
Lutar pela mudança de ....
Se nós ficarmos, como a gente tem estado sempre lutando por melhores condições do trabalho, uma escola com mais permanência do aluno. Nós temos que lutar também que tipo de currículo que nós estamos fazemos, que tipo de ser humano nós estamos formando.
Intelectual orgânico:
Intelectual para Gramsci: aquele que mantem o status quo, mantém aquele que organiza a sociedade, ele não autônomo, mas está sempre vinculado a um interesse de classe. Pode ser educado para questionar.
Os temas que temos entrar não são questões técnicas, mas são questões Político Pedagógicos.
Ponto de vista da razão:
Marxismo humanista: o homem pode, em tese sim.
Escola unitária: se contrapondo ao fascismo.
Nós não entendemos ainda direito, todas as consequências do que é uma escola unitário ou uma escola dialógica.
Paulo Freire: dialógica, as pessoas entendima como bater papo e não um pensar dialético.
Humanista Clássica: desvinculada dos processos histórias
Escola Nova: livre para fazer o que quer.
Se atraia pela espontaneidade. A escola básica tem que ter uma direção, porque você deixa a criança apensa a sua experiência ela vai ser um caos.
Escola Humanitária: é possível, mas tem que ter direção.
Oposto: radical, oposto, raivoso, socialista comunista, passado. Mais enquanto tivermos nesta postura de juntarmos alho com bugalho não daremos um passo de redefinir as condições sociais no Brasil.
Esse modelo de democracia, todo trabalho de FHC e Lula da Silva, deve fazer a sociedade opinar, participante dentro daquilo que está estabelecido. Mas, não constrói um outro projeto de sociedade.
Questão da soberania: modelo liberal, não existe estado nacional, não temos mais governos e sim governanças. Crise dos ricos e como fazer para salvar o capitalismo.
A mão forte do estado
Movimento de globalização começa desde o século XIX.
Vai haver sempre uma pressão internacional, mas tem um espaço. Mais é necessário que as pessoas se conscientizem, mas é preciso conhecer os discursos históricos.
O que significa a privatização das Estatais
Só vai existir projeto antagônico se a gente conhece os processos reais.
Estados de sociedade civil são uma totalidade e são uma arena.
Intelectuais coletivos (criados a partir de Gramsci): fundação Getúlio Vargas (direito social) e Ibase (esquerda para o Capital)

 Brasil: Pátria Educadora, governo Dilma 

Tarefa do professor: ajudar a pensar e a criar uma sociedade mais justa. (Lucia Maria)

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Capítulo I - O moderno príncipe industrial: Rumo à História da CNI

Capítulo I - O moderno príncipe industrial: Rumo à História da CNI
José dos Santos Rodrigues

Capítulo 1

O capítulo busca apontar 3 aspectos relacionados:
- traçar o panorama geral da constituição da CNI;
  *tríade pedagógica SENAI,  SESI e IEL.
- caracterizar a Confederação Nacional da Indústria enquanto a mais importante fração do partido ideológico da burguesia brasileira;
- apresentar os elementos que expliquem a inegável é forte presença da burguesia industrial no debate  educacional brasileiro.

1. A CONSTITUIÇÃO DA CNI
Empresariado Industrial: buscou construir uma identidade representativa.
- 1820: sociedade auxiliadora da Insdusteia Nacional (SAIN);
- 1904: Centro Industrial do Brasil (CIB),
- 1933: CIB foi transformado em Confederação Industrial do Brasil.
CIB: representar os empresários sediados no Rio de Janeiro e no então Distrito Federal (hoje RJ)
* caráter ainda embrionário do parque nacional.
1919 (até): 17 entidades regionais

368 associações espalhadas (111 DF)
as entidades patronais se fortaleceram.


"Em suma, empresariado industrial Ainda não era capaz  de superar suas divergências setoriais a fim de construir uma entidade ampla representativa. [..."] (p. 18).
(P. 18)

em construção*

domingo, 11 de novembro de 2018

O Moderno Príncipe Industrial

O moderno príncipe industrial
José dos Santos Rodrigues
Introdução
Os Empresários e a Educação: um estudo sobre a confederação nacional da indústria

O âmbito da problemática
Décadas de 80 e 90: empresariado ingressa no debate educacional;
- binômio modernização-qualificação profissional
- empresários: assumiram a defesa de um modelo de formação profissional mais moderno; conceito de globalização da economia; qualidade ocupam lugar de destaque na defesa pública do valor da educação.
Burguesia industrial: tomam bandeiras que outrora era da classe trabalhadora (universalização da educação geral básica)
Concepçãoes formação profissional:
- homem integral?;
- bandeiras de ensino geral e formação profissional politécnica passado para as  mãos das frações da classe dominante mais 'esclarecidas'?
Burguesia Brasileira
Por um lado:
- mostra a sua face humana: defende o valor (econômico) da educação,
   * educação integral;
   * inevitabilidade de uma qualificação profissional de caráter polivalente
- o empresariado industrial ataca os direitos trabalhistas e previdenciários
   * além das garantias sociais em geral.
   * desabuso nas férias remuneradas dos trabalhadores.
Flexibilização das conquistas sociais: seria inevitável, dada globalização e falência do Estado do Bem-Estar-Social.

2 questões (proposição das classes empresariais):
1º lugar: bucar respostas que identiiquem os motivos dessa imensa participação da burguesia nos debates educacionais e nas ações educacionais;
2º lugar: urgência em explicitar as posições dos homens de negócio, ultrapassando a superfície do discurso das propostas empresariais para a educação da classe trabalhadora brasileira.

Meados 70: economistas, historiadores e sociólogos, apontam as rápidas e intensas modificações do capitalismo internacional.
Anos 80: Brasil = década perdida: economistas falam que o país ficou mergulhado na crise econômica. Palco de grande crise econômica e social do capital.
Dinâmica de Acumulação do Capital: profundas modificações, Brasil solidário a este movimento metamórfico do modo de produção capitalista.
"Não é por acaso que existe uma relação entre as mudanças nas bases materiais das produções da vida humana e as formas de se pensar a formação humana. (p. 20)

Mesmo não vivendo em época de revolução social: [...], "é forçoso aceitar que passamos por uma época de profundas modificações da base econômico-material de produção da vida, e por conseguinte, das formas de sociabilidade capitalista." (p. 21)

Mudança de Estrutura: não se dá de forma automática.
O futuro precisa lutar para emergir do passado. [...] (p. 21)
Classes dominantes: precisam visão hegemônica sobre as causas da crise, [...] proporem alternativas para a sua superação (sem romper com a produção-acumulação da mias-valia.
Ou seja, construir um discurso científico, político e filosófico.
Luta pela hegemonia (momento): "sobre o passado, através do qual se busca assegurar a continuidade das regras capitalistas mais gerais da produção da vida social.

Os Pesquisadores em Educação:
- buscam entender criticamente as posições dos empresariados - relação trabalho-educação (SENAI - SENAC, CNI e CNC.
- são bastantes conhecidas as análises das práticas pedagógicas implementadas junto ao chão-de-fábrica (produzidas por educadores e as do campo da sociologia do trabalho);

- CNI (1938): não foi suficiente estudada pelas ciências humano-sociais, campo educacional;
* [...], os estudos até aqui divulgados trataram o pensamento pedagógico empresarial de forma bastante tópica, analisando um ou outro documento de maior repercussão no campo educacional. (p. 22 -23);